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SAIBA MAIS
Regime de Saddam matou mais de 1 milhão
DA REDAÇÃO
Tropas norte-americanas entraram na capital iraquiana e
derrubaram os símbolos de 24
anos de poder perpetrados por
Saddam Hussein. Sua imagem
jaz em estilhaços, mas o ditador do país permanece astuto
como sempre -não se sabe se
ainda vive ou se teria sido morto pela coalizão.
Saddam Hussein, 65, desenvolveu um aguçado instinto de
sobrevivência, habituando-se a
utilizar sósias e a raramente
dormir na mesma cama mais
de uma vez. Sobreviveu a guerras, levantes, conspirações e
tentativas de assassinato.
Ainda um herói para alguns
no mundo árabe -pela resistência aos EUA e Israel-, Saddam é combatido hoje por potências ocidentais que o armaram e apoiaram nos anos 80,
quando era visto como um escudo contra a Revolução Islâmica no Irã.
Para os vizinhos muçulmanos do Iraque, as forças militares das quais o regime de Saddam se gabava -após terem
sido esmagadas pela Guerra do
Golfo, em 91, e enfraquecidas
depois de mais de 12 anos de
sanções da ONU- haviam se
tornado apenas uma falácia.
Mas não o culto à personalidade do ditador, sólido e presente
em todo o Iraque.
Stálin
Saddam Hussein figurava em
inúmeros retratos de caráter
heróico e em estátuas, muitas
agora derrubadas pelas forças
americanas e britânicas. Saddam -cujo nome significa algo como "confrontador"- era
o rosto do Iraque.
Admirador do ditador soviético Josef Stálin, não era um
ideólogo, mas rapidamente recorreu ao nacionalismo árabe,
ao islã e ao patriotismo iraquiano para consolidar seu poder
pessoal.
Levou o país a duas guerras
desastrosas -contra o Irã, entre 80 e 88, e contra coalizão liderada pelos EUA, em 91, em
conflito que expulsou soldados
iraquianos do Kuait, após sete
meses de ocupação do país.
A pobreza no Iraque aumentou com o embargo imposto ao
país pela ONU desde 90.
Mais de 1 milhão de pessoas
foram mortas em perseguições
políticas e étnico-religiosas e
em guerras promovidas pelo
regime de Saddam desde 79,
quando o ditador assumiu o
poder. Numa população de 24
milhões de habitantes, o Iraque
possui 4 milhões de exilados.
Mas a rede de poder de seu
governante -sustentada pelo
terror e por obscuras relações
mantidas com clãs, tribos e
clientes do regime- permanecia forte até este mês.
Nascido em 28 de abril de
1937, no vilarejo de al-Awja,
próximo à pobre e violenta cidade de Tikrit (175 km ao norte
de Bagdá), Saddam conseguiu
sobreviver a inimigos tão díspares quanto o aiatolá iraniano
Ruhollah Khomeini ou o pai de
George W. Bush.
Seus filhos Uday e Qusay demonstram tanta crueldade
quanto o pai. Uday quase foi
morto após uma tentativa de
assassinato em 96. Qusay liderava a Organização Especial de
Segurança que protegia o ditador iraquiano e estava no comando dos 15 mil homens da
Guarda Republicana especial
-as tropas mais leais a Saddam Hussein.
Com agências internacionais
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