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Irã anuncia novas centrífugas nucleares
Ahmadinejad apresenta maquete de máquinas para enriquecer urânio que Teerã diz serem seis vezes mais rápidas que as atuais
Líder reitera que não quer bomba atômica; Casa Branca
afirma, porém, que anúncio prova "intenções malignas" de programa nuclear do Irã
DA REDAÇÃO
O presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou ontem
que o Irã terá uma nova geração
de centrífugas de enriquecimento de urânio ultramodernas, numa aparente tentativa
de demonstrar que eventuais
novas sanções da ONU não
conseguirão deter os avanços
do programa atômico iraniano.
O anúncio, feito na celebração do Dia Nacional da Tecnologia Nuclear do Irã, surge em
meio a crescentes pressões dos
EUA para impor mais medidas
punitivas contra Teerã e às vésperas de uma cúpula sobre segurança nuclear, na próxima
semana, em Washington.
Os EUA disseram que as declarações de Ahmadinejad provam as "intenções malignas" do
programa nuclear iraniano,
suspeito pelas potências ocidentais de visar a fabricação da
bomba atômica. Teerã nega e
diz que, na condição de signatário do Tratado de Não Proliferação, tem direito de enriquecer urânio para fins pacíficos.
A maquete do novo modelo
de centrífuga foi apresentada
por Ahmadinejad durante cerimônia em Teerã com presença
de dezenas de dignitários e engenheiros. "A política nuclear
iraniana é irreversível. Queiram os seus inimigos ou não, o
Irã é um Estado nuclear", disse
Ahmadinejad na celebração.
"As ameaças internacionais
apenas reforçarão a [nossa] determinação," afirmou.
Segundo Teerã, as novas máquinas podem enriquecer urânio seis vezes mais rápido que
as atuais -o material é purificado na central de Natanz para
ser enviado à usina de produção de energia de Bushehr, que
será inaugurada este ano.
As centrífugas iranianas
atualmente em operação foram
projetadas nos anos 70 e são,
segundo especialistas, lentas e
sujeitas a frequentes panes.
Não está claro quando as novas centrífugas funcionarão.
Analistas questionam a capacidade e os planos nucleares do
Irã, que anunciou a construção
em breve de 20 novas usinas
nucleares e diz ser capaz, caso
queira, de produzir urânio
enriquecido a 80%, próximo do
necessário para a bomba.
Ahmadinejad reiterou ontem que Teerã não quer a bomba por considerar que é algo
"desumano" e criticou o novo
plano nuclear da Casa Branca,
que deixou aberta a possibilidade de atacar o Irã.
As potências do Conselho de
Segurança da ONU retomam
na próxima semana o debate
sobre sanções ao Irã. Obama
admitiu ontem à TV ABC que
elas podem não funcionar.
"A história mostra que, quando você exerce pressão internacional sobre países como o Irã e
a Coreia do Norte, às vezes eles
escolhem mudar de comportamento, às vezes não", disse.
Com agências internacionais
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