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São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

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Bush defende comércio livre com Oriente Médio

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, defendeu ontem o processo de paz entre israelenses e palestinos e acenou com a possibilidade de dar um atraente prêmio econômico aos países da região: o levantamento das barreiras comerciais americanas aos produtos dos Estados do Oriente Médio nos próximos dez anos.
Num discurso para 1.200 formandos da Universidade da Carolina do Sul, Bush disse que o desenvolvimento econômico é crucial para qualquer acordo de paz durável e que uma área de livre comércio entre os EUA e os países do Oriente Médio ajudaria a região a prosperar.
O presidente disse ainda que o ódio tem de dar lugar à esperança no Oriente Médio. Ele prometeu tentar convencer os republicanos e os democratas americanos a apoiar a assinatura desse acordo de livre comércio.
"Com um mercado livre e com leis justas, as pessoas do Oriente Médio conseguirão ter prosperidade e liberdade", declarou Bush.
De acordo com suas palavras, o total das riquezas produzidas em todos os países árabes não chega ao PIB da Espanha. Ele afirmou ainda que o mundo árabe não faz parte da onda de crescimento econômico vista em outras partes do planeta.
"Proponho o estabelecimento de uma área de livre comércio do Oriente Médio nos próximos dez anos", afirmou o presidente, que elogiou o roteiro de paz apresentado a israelenses e a palestinos na semana passada.
Enquanto Bush fazia seu discurso, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, se preparava para um final de semana de negociações no Oriente Médio. Ele chega hoje à região e deverá reunir-se com o premiê de Israel, Ariel Sharon, e com o novo premiê da Autoridade Nacional Palestina, Abu Mazen.
A missão de Powell é conquistar o apoio das autoridades israelenses e palestinas ao roteiro de paz, que é patrocinado pelos EUA, pela ONU, pela União Européia e pela Rússia.
O roteiro inclui um cessar-fogo, que poria fim a 31 meses de violência recíproca, uma promessa de evitar enfrentamentos, um congelamento da construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia e a desativação de alguns assentamentos já construídos.
Bush delineou o que poderá ser a área de livre comércio do Oriente Médio em seu discurso, mas não deu detalhes. Os EUA já possuem acordos de livre comércio com Israel, a Jordânia, o Canadá, o México e, desde a última quarta-feira, Cingapura.
O livre comércio é visto cada vez mais como sinônimo de segurança, segundo Sherman Katz, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais. Em tese, se as empresas do Oriente Médio tiverem acesso irrestrito ao maior mercado do planeta, o dos EUA, haverá mais empregos na região, o que poderia fazer com que os jovens se sentissem menos inclinados a ouvir os apelos de organizações terroristas, segundo Katz.


Com agências internacionais


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