São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Após tragédia, birmaneses votam nova Constituição

Militares adiaram referendo em 40 cidades devastadas

DA REDAÇÃO

Parte de Mianmar (antiga Birmânia), um dos países mais pobres da Ásia, votará hoje a nova Constituição. Ainda que a junta militar que governa o país desde 1962 diga que é o caminho para eleições em 2010, ela é acusada de se beneficiar da Carta -não há nenhuma desde 1988, e a nova foi negociada com a ONU após a repressão de protestos liderados por monges em 2007.
Rascunhada pelos próprios militares, a Constituição reserva 25% dos assentos do Parlamento para eles e diz que, em caso de estado de emergência, é o Exército que assume o poder, além de seu chefe ter a incumbência de designar alguns dos principais ministros.
É quase certa a vitória do "sim", já que fazer campanha contrária poderia levar os manifestantes à prisão. Porém é comum pensar que o general Than Shwe, líder supremo do país, veja o referendo como o único modo de deixar o poder sem comprometer sua liberdade e sua fortuna.
A nova Constituição irá legitimar o poder militar, acusa a oposição, liderada por Aung San Suu Kyi, cuja vitória nas eleições parlamentares há 18 anos foi ignorada pela junta e que está sob prisão domiciliar.
Mesmo sob pressão da ONU, que disse ser "prudente" mudar o foco do referendo para a ajuda às vítimas do ciclone Nargis, a junta militar só adiou a votação em 40 das 45 cidades no delta do rio Irrawaddy, a área mais afetada pelos ventos de até 190 km/h.


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