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Após tragédia, birmaneses votam nova Constituição
Militares adiaram referendo em 40 cidades devastadas
DA REDAÇÃO
Parte de Mianmar (antiga
Birmânia), um dos países mais
pobres da Ásia, votará hoje a
nova Constituição. Ainda que a
junta militar que governa o país
desde 1962 diga que é o caminho para eleições em 2010, ela é
acusada de se beneficiar da
Carta -não há nenhuma desde
1988, e a nova foi negociada
com a ONU após a repressão de
protestos liderados por monges em 2007.
Rascunhada pelos próprios
militares, a Constituição reserva 25% dos assentos do Parlamento para eles e diz que, em
caso de estado de emergência, é
o Exército que assume o poder,
além de seu chefe ter a incumbência de designar alguns dos
principais ministros.
É quase certa a vitória do
"sim", já que fazer campanha
contrária poderia levar os manifestantes à prisão. Porém é
comum pensar que o general
Than Shwe, líder supremo do
país, veja o referendo como o
único modo de deixar o poder
sem comprometer sua liberdade e sua fortuna.
A nova Constituição irá legitimar o poder militar, acusa a
oposição, liderada por Aung
San Suu Kyi, cuja vitória nas
eleições parlamentares há 18
anos foi ignorada pela junta e
que está sob prisão domiciliar.
Mesmo sob pressão da ONU,
que disse ser "prudente" mudar
o foco do referendo para a ajuda às vítimas do ciclone Nargis,
a junta militar só adiou a votação em 40 das 45 cidades no
delta do rio Irrawaddy, a área
mais afetada pelos ventos de
até 190 km/h.
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