São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Para analistas, Olmert apenas adia renúncia inevitável

DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM

A opinião dominante em Israel ontem, poucas horas depois que o primeiro-ministro Ehud Olmert se declarou inocente em uma investigação por suborno, era a de que a era política pós-Olmert já começou.
Apelos pela renúncia do primeiro-ministro vieram da esquerda, da direita e do centro, ainda que todos reconhecessem que Olmert havia conseguido ganhar tempo ao assumir o compromisso de renunciar caso processado. A investigação provavelmente vai levar mais um ou dois meses.
"Não resta muita paciência ao público", disse Colette Avital, parlamentar pelo Partido Trabalhista, que é parte da coalizão governista liderada pelo Kadima, o partido de Olmert.
"Ele simplesmente está desacreditado. Pode levar mais algumas semanas ou meses, mas é simplesmente impossível que ele continue."
Como Olmert já passou por diversas investigações anteriores e se provou muito competente em termos de sobrevivência política, talvez preparar seu obituário político volte a ser prematuro.
Mas a atual investigação é considerada por muitos como a mais séria que ele enfrentou até o momento. Envolve alegações de que ele teria aceitado centenas de milhares de dólares em subornos do empresário americano Morris Talansky por mais de uma década. Olmert afirma que eram contribuições legais de campanha.
Muitos analistas argumentam que os sérios desafios de segurança que Israel enfrenta não podem ser enfrentados com eficiência por um líder que desfruta de tão baixa confiança.
"Até o momento, Olmert estava sob ameaça, mas sobrevivendo, e parecia que ele precisava das negociações de paz como fonte de força", disse Ghassan Khatib, professor palestino de estudos culturais na Universidade Bir Zeit. "Mas agora parece que ele vai cair, e isso é péssimo para as negociações."
Em teoria, mesmo que Olmert venha a renunciar, o governo continuaria sob o comando da primeira-ministra assistente Tzipi Livni. O Partido Trabalhista, liderado por Ehud Barak, diz que por enquanto se manterá no governo, o que evitaria a queda.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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