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Para analistas, Olmert apenas adia renúncia inevitável
DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM
A opinião dominante em Israel ontem, poucas horas depois que o primeiro-ministro
Ehud Olmert se declarou inocente em uma investigação por
suborno, era a de que a era política pós-Olmert já começou.
Apelos pela renúncia do primeiro-ministro vieram da esquerda, da direita e do centro,
ainda que todos reconhecessem que Olmert havia conseguido ganhar tempo ao assumir
o compromisso de renunciar
caso processado. A investigação provavelmente vai levar
mais um ou dois meses.
"Não resta muita paciência
ao público", disse Colette Avital, parlamentar pelo Partido
Trabalhista, que é parte da coalizão governista liderada pelo
Kadima, o partido de Olmert.
"Ele simplesmente está desacreditado. Pode levar mais algumas semanas ou meses, mas
é simplesmente impossível que
ele continue."
Como Olmert já passou por
diversas investigações anteriores e se provou muito competente em termos de sobrevivência política, talvez preparar
seu obituário político volte a
ser prematuro.
Mas a atual investigação é
considerada por muitos como a
mais séria que ele enfrentou até
o momento. Envolve alegações
de que ele teria aceitado centenas de milhares de dólares em
subornos do empresário americano Morris Talansky por
mais de uma década. Olmert
afirma que eram contribuições
legais de campanha.
Muitos analistas argumentam que os sérios desafios de
segurança que Israel enfrenta
não podem ser enfrentados
com eficiência por um líder que
desfruta de tão baixa confiança.
"Até o momento, Olmert estava sob ameaça, mas sobrevivendo, e parecia que ele precisava das negociações de paz como fonte de força", disse Ghassan Khatib, professor palestino
de estudos culturais na Universidade Bir Zeit. "Mas agora parece que ele vai cair, e isso é
péssimo para as negociações."
Em teoria, mesmo que Olmert venha a renunciar, o governo continuaria sob o comando da primeira-ministra
assistente Tzipi Livni. O Partido Trabalhista, liderado por
Ehud Barak, diz que por enquanto se manterá no governo,
o que evitaria a queda.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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