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Casa Branca culpa Taleban paquistanês por atentado em NY
Secretário da Justiça diz ter provas de ligação "íntima" de radicais
islâmicos com tentativa de ataque no dia 1º na Times Square
Segundo Washington,
grupo financiou e orientou a
ação perpetrada pelo
paquistanês naturalizado
americano Faisal Shahzad
William B. Plowman/NBC/Associated Press
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O secretário Eric Holder, em entrevista à rede NBC em que aponta elo de Taleban em atentado
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O governo dos EUA afirmou
ontem ter provas de que o Taleban no Paquistão está por trás
da tentativa malsucedida de
ataque terrorista com um carro-bomba no último dia 1º na
Times Square, importante centro turístico de Nova York.
Nos últimos dias, sinais contraditórios sobre tal elo confundiram autoridades. O braço
paquistanês do grupo radical
islâmico já havia assumido a
autoria de "um ataque" em Nova York em vídeo na internet,
mas a legitimidade da mensagem foi inicialmente questionada. Dias depois, membros do
grupo negaram o elo.
A ação foi perpetrada por
Faisal Shahzad, um paquistanês naturalizado americano
que deixou um carro ligado carregado com explosivos, tanques de propano e gasolina em
uma esquina próxima à Times
Square na tarde do dia 1º.
Inicialmente, pensou-se que
a ação fora obra de um terrorista isolado. Em entrevistas à
TVs americanas no domingo,
porém, o secretário da Justiça
americano, Eric Holder, confirmou que o Taleban paquistanês
está "intimamente envolvido"
no atentado, orientando sua
execução e financiando-o.
John Brennan, principal
conselheiro da Casa Branca para contraterrorismo, também
afirmou que Shahzad foi treinado pelo Taleban paquistanês.
O terrorista passou cinco
meses no Paquistão e voltou
aos EUA em fevereiro, após "receber dinheiro e basicamente
ser enviado para realizar esse
ataque", disse ele.
Agentes de inteligência americanos temem que o Taleban
paquistanês tenha unido forças
com a rede terrorista Al Qaeda
e possa estar escondendo alguns de seus líderes, inclusive
Osama bin Laden.
Antes do episódio na Times
Square, porém, acreditava-se
que o braço do grupo radical tinha pouca capacidade para realizar ataques nos EUA.
Brennan argumentou que o
fato de o ataque não ter dado
certo mostra que as ações dos
EUA têm funcionado. "Conseguimos minar a capacidade de
treinamento dos campos [terroristas] no sul asiático e na
fronteira do Afeganistão e do
Paquistão", disse ele na CNN.
"Estão optando por ataques
pouco sofisticados por causa
dos duros golpes recebidos."
Brennan e Holder não especificaram que tipo de provas há
sobre o elo entre o ataque e o
Taleban. Shahzad disse após
ser preso há uma semana que
foi treinado no Waziristão do
Norte, base do Taleban paquistanês e da Al Qaeda.
Direitos
Holder também defendeu a
decisão de investigadores de
demorar a informar Shahzad
sobre o direito a um advogado e
ao silêncio enquanto o interrogavam. Segundo ele, o governo
dos EUA poderá limitar direitos no futuro sob uma "exceção
de segurança pública".
Para alguns analistas, Shahzad deve ser tratado como
"combatente inimigo", perdendo direitos de presos comuns.
Ainda ontem, outro paquistanês, um engenheiro civil, foi
detido sob suspeita de terrorismo enquanto tentava embarcar
para Omã em um aeroporto de
Karachi, no Paquistão.
O detido foi flagrado em máquinas de scanner quando tentava entrar no voo com baterias
e um circuito elétrico escondidos em seus sapatos.
Não foram achados explosivos, mas um porta-voz do aeroporto disse que o porte do circuito elétrico é "preocupante".
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