São Paulo, Segunda-feira, 10 de Maio de 1999
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Razão da escolha do dia não fica clara

do enviado especial a Washington

A razão para a escolha do dia 10 de maio como data das ameaças de violência nas escolas da área de Washington não foi descoberta.
Muitas crianças dizem a seus pais que se trata do aniversário do ditador nazista Adolf Hitler. Errado. Outras afirmam que este é o dia do nascimento do cantor Marilyn Manson, ídolo de adolescentes violentos. Também não é.
A data é aniversário do cantor punk Sid Vicious. Mas ele fez sucesso há muito tempo. Também foi quando os nazistas promoveram uma grande queima de livros nos anos 30. É improvável, no entanto, que as crianças atuais, ignorantes em história como a maioria delas é, saibam o que foi isso.
O mais provável é que a data tenha sido escolhida aleatoriamente por quem começou a onda de grafite, e, depois, adotada por outros.
Uma das primeiras pichações dizia que muitos alunos morreriam no dia 10 naquela escola e, também, "seus irmãozinhos na Westland", uma escola pública de primeiro grau daquela região.
A área da Westland é uma das melhores da região metropolitana de Washington, escolhida por muitos moradores por causa das escolas, que já foram referência nacional. Nos últimos anos, no entanto, a qualidade do ensino decaiu de modo dramático.
O principal motivo da decadência acadêmica é o relaxamento na disciplina. Outra razão é o inchaço no número de estudantes, provocado pelo aumento da população.
Cortes no orçamento de educação ao longo dos anos 80 impediram que as escolas se aparelhassem para receber o maior número de estudantes que apareciam.
Como os condados têm de oferecer vagas a todos os residentes, o número de alunos por sala de aula se tornou incompatível com a boa qualidade do ensino ministrado.
A crescente imigração ilegal causou a convivência forçada de estudantes com grandes desníveis sociais e culturais. Rivalidades étnicas entre negros e hispânicos e entre negros e brancos se acirraram, às vezes de maneira violenta.
Isso tem feito com que americanos que tinham orgulho de dizer que, por gerações, suas famílias haviam frequentado o sistema público de ensino agora colocam ou consideram colocar seus filhos em escolas particulares. (CELS)




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