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Hamas rompe trégua após ataque de Israel contra civis
Milícia promete retomar violência em resposta à ofensiva que matou 14 em Gaza
Israel lamenta bombardeio,
que visava deter disparos de
foguetes e, por razão ainda
ignorada, atingiu reunião
familiar numa praia lotada
DA REDAÇÃO
Uma série de ataques aéreos
de Israel contra a faixa de Gaza
matou ontem pelo menos 14
palestinos, sete deles civis. Os
bombardeios, somados à morte
anteontem de Jamal Abu Samhadana, um dos mais influentes
líderes palestinos e membro do
governo do Hamas, levou o braço armado do grupo terrorista a
anunciar a retomada dos ataques contra Israel, suspensos
desde fevereiro do ano passado.
"O terremoto nas cidades
sionistas vai recomeçar", diz
um comunicado do Hamas. "Os
grupos de resistência vão escolher o lugar e a ocasião oportunos para responder aos ataques
criminosos de Israel."
O primeiro dos bombardeios
israelenses matou dez palestinos, incluindo um casal e seus
três filhos pequenos, que participavam de um piquenique em
uma movimentada praia da faixa de Gaza. Foi o ataque que
mais matou palestinos desde
2004, segundo Autoridade Nacional Palestina (ANP). Outras
40 pessoas ficaram feridas.
Segundo o Exército israelense, o objetivo era atingir áreas
de onde haviam sido lançados,
pouco antes, mísseis contra seu
território. O chefe do comando
militar israelense, Yoav Galant,
disse que um "erro" pode ter
ocorrido. "Não atiramos contra
uma praia onde havia inocentes. Estamos investigando duas
possibilidades: um bombardeio
contra o alvo errado ou um incidente independente no qual
não estamos envolvidos", disse.
O Exército suspendeu os ataques a Gaza enquanto o caso é
investigado. Um outro bombardeio acertou um carro no
qual, segundo seu Exército, estavam palestinos que haviam
lançado os mísseis. Três pessoas de uma mesma família foram mortas. Um terceiro ataque, também contra um carro,
deixou dezenas de feridos.
Os bombardeios foram classificados pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, como
um massacre: "O que as forças
de ocupação israelenses fazem
na faixa de Gaza constitui uma
guerra de extermínio e um
massacre sangrento contra o
nosso povo", acusou.
Abbas, do grupo Fatah, deve
anunciar hoje um plebiscito para o dia 31 de julho, defendendo
a coexistência com Israel. O
Hamas é contra a idéia. Com as
mortes de ontem, chega a 5.092
-80% palestinos- o número
de mortos desde que recomeçou a Intifada, o levante palestino contra Israel, em 2000.
O primeiro-ministro Ismail
Haniyeh, do Hamas, afirmou,
em visita aos feridos, que o ataque israelense foi um "crime de
guerra". As mortes ocorreram
no mesmo dia em que Haniyeh
fez um apelo a Abbas para
abandonar a proposta do plebiscito. Para Haniyeh, a proposta não tem "base legal nem
constitucional".
Morto por Israel na quinta-feira, Jamal Abu Samhadana,
chefe dos CRP -responsáveis
por vários ataques contra Israel- encabeçava uma lista de
procurados. Foi o primeiro integrante do governo do Hamas
morto por Israel desde que o
grupo assumiu o poder.
Com agências internacionais
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