São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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Justiça intima rival de Kirchner a depor em processo sobre drogas

De Narváez, que lidera disputa contra ex-presidente, fala em "campanha suja"

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Com a campanha marcada pelo denuncismo, uma intimação da Justiça ao principal adversário do governo argentino no pleito legislativo do próximo dia 28 acirrou ontem a troca de acusações entre o kirchnerismo e a oposição.
O empresário e deputado federal Francisco De Narváez foi intimado pela Justiça Federal a depor em processo em que é vinculado a um mexicano preso por tráfico de efedrina. De um celular registrado em seu nome foram identificados três contatos em 2006 com o detido.
De Narváez encabeça a lista de candidatos à Câmara da frente de centro-direita Unión-PRO na Província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país. Em pesquisa divulgada no fim de semana, assumiu a liderança na disputa contra o ex-presidente Néstor Kirchner, com 27,6% contra 24,5%.
O empresário atribuiu a intimação a uma "campanha suja" do kirchnerismo e levantou suspeição sobre o juiz do caso. "Nos atacam porque representamos a oportunidade de frear a prepotência kirchnerista."
Em campanha na Grande Buenos Aires, Kirchner reforçou a ofensiva contra De Narváez. "Se alguém do governo fosse vinculado com um processo sobre drogas, estaria na capa de todos os jornais."
Temas judiciais e policiais vêm dominando o debate eleitoral na Argentina. A polêmica começou com a estratégia do governo de lançar nomes do Executivo para cargos legislativos que não assumirão. Setores da oposição tentaram -sem sucesso- derrubar essas candidaturas na Justiça.
Depois vieram estatizações de empresas argentinas pelo governo da Venezuela, que a oposição usou para atacar a suposta conivência dos Kirchner. Outros assuntos foram protestos de ruralistas contra candidatos governistas e, agora, a denúncia contra De Narváez.
"Há um vazio de propostas, resultado de um sistema político débil e de um vínculo entre sociedade e política cada vez mais fraco", afirmou à Folha o analista Fabián Perechodnik.


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