São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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Ataque suicida mata ao menos 11 em hotel de luxo no Paquistão

Caminhão-bomba com 3 pessoas invade complexo e detona meia tonelada de explosivos, em Peshawar; 70 ficam feridos

Ataque não foi reivindicado; região, próxima à fronteira com o Afeganistão, é palco de ofensiva militar contra o Taleban há um mês e meio


DA REDAÇÃO

Um atentado suicida com um caminhão-bomba contra hotel de luxo em Peshawar, no conflagrado noroeste paquistanês, deixou ontem pelo menos 11 mortos e 70 feridos. O ataque não foi reivindicado, mas tem as características das ações do Taleban, contra quem o Paquistão trava ofensiva militar.
Segundo testemunhas, três homens em um caminhão abriram fogo contra seguranças na entrada do Pearl Continental Hotel antes de detonar meia tonelada de explosivos. A explosão abriu enorme cratera no local e demoliu parte do prédio.
"O chão tremeu. Pensei que o teto cairia sobre mim. Saí correndo e vi pessoas em pânico. Vi sangue e pedaços de vidro por tudo", disse um hóspede.
Em setembro do ano passado, um ataque similar contra o Marriott, na capital, Islamabad, causara mais de 50 mortes.
"Não nos renderemos. A unidade e a integridade do país estão em jogo", disse a porta-voz do presidente Asif Ali Zardari.
Peshawar, a principal cidade da região, com 2,2 milhões de habitantes, fica a poucos quilômetros da porosa fronteira com o Afeganistão. Na última sexta, outro ataque suicida, em mesquita lotada em local próximo, deixou pelo menos 30 mortos.
Desde o final de abril, o Exército paquistanês promove uma ofensiva contra o Taleban no vale do Swat e entorno em reação ao avanço do grupo radical islâmico a áreas a cerca de 100 km de Islamabad. A ação tem gerado ataques de insurgentes.
Desde maio, quando a ofensiva foi intensificada, pelo menos 1.300 insurgentes e 105 militares morreram, diz o Exército.
O governo Barack Obama considera o conflito contra o Taleban na região de fronteira entre Afeganistão e Paquistão o foco do combate ao terrorismo.

Apoio interno
Até recentemente, o governo paquistanês resistia às intensas pressões dos EUA por temer a desaprovação da população.
A percepção local parece, porém, estar mudando. Moradores têm formado milícias para perseguir insurgentes. Desde a última sexta-feira, após o ataque à mesquita, pelo menos 25 insurgentes foram mortos, segundo o Exército, que realiza bombardeios aéreos em apoio.

Com agências internacionais



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