São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Ban vê Síria com "extrema preocupação"

Em entrevista à Folha, secretário-geral da ONU afirma que entidade alertou líderes árabes sobre risco de revoltas

Sul-coreano, que busca novo mandato de cinco anos no comando da instituição, vem ao Brasil semana que vem


Lucas Jackson/Reuters
O secretário-geral das Nações Unidas durante encontro com diplomatas sobre políticas de combate à Aids, em Nova York

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon diz estar "extremamente preocupado" com a situação na Síria, onde mais de mil pessoas foram mortas e outras milhares presas desde o início do ano, quando começaram os protestos contra o regime do ditador Bashar Assad.
Em entrevista à Folha, o sul-coreano, que busca a reeleição e estará no Brasil na semana que vem, diz que espera que o Conselho de Segurança da ONU tome medidas.

 

Folha - Como o sr. analisa a situação da Síria, em que até o momento nenhuma medida foi tomada pela comunidade internacional?
Ban Ki-moon -
O Conselho de Segurança da ONU [CS] discute esse tema há várias semanas e espero que tome medidas. Já conversei com Assad diversas vezes. Estou extremamente preocupado, mais de mil pessoas foram mortas. Claro que há preocupações sobre a morte de autoridades de segurança, o que nós também condenamos.
Independentemente da situação, atacar a população não é aceitável, a liberdade de expressão e a de reunião devem ser respeitadas plenamente.
A população tem direitos legítimos, e os lideres deveriam ouvi-la com mais atenção e com mais sinceridade.

Mas o que deve ser feito?
Vamos ver a decisão do CS. Tentei mandar equipes de ajuda humanitária e de avaliação dos direitos humanos. Nenhuma foi autorizada.

E em relação a Iêmen e Bahrein? A pressão internacional sobre esses dois regimes não tem sido insuficiente?
Eu acho que a comunidade internacional tem pressionado bastante. Mandei meus assessores para a região e conversei com líderes sobre como a ONU pode ajudá-los.

No final do ano passado ou no início deste ano, o sr. imaginava este cenário para o Oriente Médio?
A ONU tem alertado os líderes do Oriente Médio de que as coisas não podiam continuar dessa maneira.
Desde 2002, temos aconselhado melhoras para o desemprego entre os jovens, aumentar os direitos das mulheres, a redução da desigualdade e da injustiça e a promoção dos direitos humanos. Eu acredito que isso seja uma explosão natural, uma evolução do desejo da população.


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