São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Após ser rejeitada por Dilma, iraniana esnoba seu assessor

Nobel da Paz Shirin Ebadi recusa convite de audiência com o assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia

Para desfazer mal-estar, ministra dos direitos humanos envia carta à ativista e atesta apoio do Brasil à sua causa


FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

De passagem por Brasília, a ativista de direitos humanos iraniana e Nobel da Paz (2003) Shirin Ebadi, 63, recusou ser recebida ontem no Palácio do Planalto por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.
Ebadi tentou, mas não conseguiu uma audiência pública com a presidente Dilma Rousseff, mas foi informada de que Garcia estaria disposto a encontrá-la.
"Ela veio a Brasília para encontrar Dilma Rousseff e se sentiu muito mal com a recusa. Ela entendeu que a recusa foi [resultado de] uma pressão do governo iraniano", disse Flavio Rassekh, coordenador da visita de Ebadi no Brasil.
O Planalto alegou que não faz parte da agenda da presidente receber personalidades que não sejam chefes de Estado e de governo.
Numa tentativa de dirimir o mal-estar provocado pelo episódio, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) enviou carta para Ebadi reforçando o apoio da presidente à causa dos direitos humanos.
"Aproveito para manifestar o perene compromisso do Estado brasileiro com a defesa e a proteção da vida humana e a contrariedade às penas de morte cruéis ou degradantes", afirma trecho da carta.
O texto prossegue: "Nesta batalha por um mundo mais justo, sem sombra de dúvidas, a senhora, a presidenta Dilma Rousseff e o Estado brasileiro se encontram no mesmo lado, no lado dos direitos humanos".
Rosário disse ainda estar disposta a "regressar de pronto" para encontrar a ativista em Brasília-a ministra passou o dia no Pará, em compromissos sobre o tema da violência no campo.
Em audiência no Congresso Nacional, Ebadi pediu o apoio do Brasil à causa dos direitos humanos na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
"Nós vamos ter uma sessão da ONU em setembro, onde o assunto do Irã será discutido novamente. E eu quero de vocês, os bons representantes do povo do Brasil, e da respeitada presidente do país, que com seus votos mostrem o compromisso com os direitos humanos e fiquem ao lado do povo do Irã", disse ela.
Realizado uma vez por ano, o evento reúne todos os 192 países-membros das Nações Unidas e trata de temas variados, sugeridos pelos próprios integrantes. Embora não sejam mandatórias (obrigatórias), as resoluções aprovadas pela assembleia podem ter peso político.


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