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FOCO
Julgamento de ditador toma ares de trama hollywoodiana
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
No centro do julgamento
está um ditador africano que
pode ter contribuído para a
morte de mais de 50 mil pessoas numa guerra civil. Mas a
identidade de algumas depoentes, flertes, revelações e
contradições estão dando ao
caso ares de futrica hollywoodiana coberta pelo canal
de entretenimento E!.
O julgamento acontece em
Haia, e os promotores pedem
a condenação do ex-presidente da Libéria, Charles
Taylor. Eles o acusam de ter
armado os guerrilheiros de
Serra Leoa em troca de diamantes, que o ditador depois
daria para mulheres bonitas.
Uma dessas mulheres é a
modelo Naomi Campbell. Na
semana passada, ela foi à
corte falar de sua relação
com Taylor, que presidiu a
Libéria de 1997 a 2003.
Com um conjunto bege e
cabelo milimetricamente
penteado, contou que esteve
com Taylor em jantar beneficente promovido por Nelson
Mandela. Mais à noite, diz,
um homem veio até seu quarto e lhe entregou um pacote.
Dentro, "pedrinhas sujas".
Campbell diz que é comum receber presentes no
meio da noite e que, por isso,
não deu muita bola para
aquelas pedras e para quem
seria o admirador.
Ontem, foi a vez da atriz
Mia Farrow depor e contar
uma história bem diferente.
Ela estava no mesmo jantar e se lembra de, no dia seguinte, ter ouvido Naomi se
vangloriar de ter recebido
um diamante enorme do então presidente da Libéria.
Uma ex-agente de Naomi,
Carole White, também depôs
e foi além. Disse que a modelo "flertou" com Taylor no
jantar, que sabia que ele a daria os diamantes e que as
duas ficaram acordadas até
tarde à espera do presente.
Taylor nega o envolvimento com a guerrilha e ter recebido diamantes. Se Mia Farrow e Carole White dizem a
verdade, está provado que
ele e Naomi mentem.
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