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Prefeito compara ataques à 2ª Guerra
Nova York está mais segura hoje, afirma Bloomberg
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Para o prefeito de Nova York,
o republicano Michael R.
Bloomberg, os ataques ao
World Trade Center "só podem
ser comparados à Segunda
Guerra Mundial".
Em entrevista concedida à
Folha e a um pequeno grupo de
jornalistas estrangeiros na última sexta-feira, Bloomberg defendeu a tese de que o terror
age contra a civilização e as
idéias ocidentais.
"Em 11 de setembro de 2001
Nova York foi profundamente
ferida. Vivemos uma tragédia a
que os EUA sempre pensaram
estar imunes: a morte em massa de civis inocentes. Isso só pode ser comparado à Segunda
Guerra Mundial. Os ataques foram devastadores, essa é a única palavra que pode ser usada",
disse o prefeito.
"Os ataques não foram contra os EUA, mas contra a civilização. Nossos valores, que levaram os terroristas a nos atacar,
são compartilhados por vários
países. O World Trade Center
foi apenas um alvo simbólico.
Os atentados foram contra
idéias", completou.
Hoje, Nova York acredita ter
superado o trauma (ou faz
questão de não lembrar). Moradores, sobretudo os que estavam na cidade naquela terça-feira, desconversam quando o
assunto é 11 de Setembro.
Preocupação
Segundo pesquisa divulgada
nesta semana pelo jornal "The
New York Times", em parceria
com a rede de TV CBS, 66% dos
moradores de Nova York ainda
estão muito preocupados com a
possibilidade de outro atentado à cidade. O nível de temor é
apenas um pouco menor que o
registrado pouco depois dos
ataques. Mas Bloomberg acredita que a segurança hoje seja
maior: "Nossa recuperação demonstra que o plano mortal da
Al Qaeda contra a cidade fracassou. Em vez de experimentar o colapso econômico que a
Al Qaeda havia imaginado e que
muitos temeram, hoje somos
mais fortes e estamos mais seguros do que nunca".
Em três meses, o FBI (a polícia federal americana) disse ter
desbaratado cinco planos terroristas na iminência de serem
executados na cidade, como a
explosão do túnel Holland, que
liga Manhattan a Nova Jersey.
"A prioridade é proteger Nova York e depois descobrir um
meio de pagar as contas. Estamos fazendo todo o possível para manter esta cidade segura. E
até agora, desde o 11 de Setembro, graças a Deus, não tivemos
outros ataques. Agora, não posso garantir que nada venha a
acontecer. Vivemos num mundo perigoso", avalia o prefeito.
Segundo Bloomberg, Nova
York viu o índice de criminalidade cair 22% desde 2001.
"Mudamos a percepção de Nova York de uma cidade em que
se temia estar para uma cidade
em que se deve estar."
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