São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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GUERRA SEM LIMITES

Explosões atingiram três hotéis freqüentados por ocidentais; autoridades crêem em ação da Al Qaeda

Três atentados em Amã matam ao menos 67

DA REDAÇÃO

Três atentados a bomba contra três hotéis na capital da Jordânia, Amã, mataram ontem dezenas de pessoas e feriram mais de 150. De acordo com o que disse à CNN o vice-premiê jordaniano, Marwan Muasher, o número de mortos chegou na noite de ontem a 67.
Segundo a polícia local, os ataques, praticamente simultâneos, têm a marca da Al Qaeda.
O presidente dos EUA, George W. Bush, condenou os ataques por meio de um porta-voz e prometeu ajuda na investigação ao governo da Jordânia, aliado de Washington.
Os hotéis atingidos pelas explosões foram o Grand Hyatt, o Radisson e o Days Inn, freqüentados por executivos e diplomatas europeus e americanos. O Radisson é particularmente popular entre turistas israelenses e já foi alvo de várias tentativas frustradas de ataque. De acordo com o vice-premiê Muasher, o Hyatt e o Radisson foram alvos de homens-bomba, enquanto o Days Inn foi atacado por um carro-bomba.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a explosão no Hyatt destruiu completamente a entrada do hotel. "Foi um milagre termos escapado sem nenhum arranhão", disse à agência um hóspede britânico do Hyatt.
No Radisson, a explosão ocorreu durante uma festa de casamento com mais de 300 convidados. Nesse hotel, ao menos cinco pessoas morreram e 20 ficaram feridas.
Nos três hotéis há seguranças privados, contratados de uma mesma empresa jordaniana, postados no lobby de entrada. Cada um dos estabelecimentos é também patrulhado por um ou dois carros de polícia.
"Enfim os terroristas conseguiram burlar a segurança na Jordânia", disse o jornalista Ayman al Safadi, editor do jornal local "Al Ghad", em referência a diversas tentativas de atentado que, no passado, foram frustradas.
A Jordânia tem conseguido escapar à onda de ataques terroristas no Oriente Médio, e sua capital é vista como um ponto de estabilidade na turbulenta região. Porém nem sempre os jordanianos têm sido bem-sucedidos na contenção dos terroristas: em 19 de agosto último, três foguetes foram disparados contra um navio da Marinha dos EUA ancorado no porto de Ácaba, mas não o atingiram.
A Jordânia tem prendido recentemente militantes islâmicos suspeitos de planejar atentados e tem também sentenciado à morte suspeitos de terrorismo à revelia, como fez com o líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi, jordaniano de nascimento.

Luta
O rei Abdullah 2º, da Jordânia, que estava em viagem oficial ao Cazaquistão, já estava retornando aos seu país na noite de ontem. Segundo o soberano, o "bando de criminosos" que cometeu os atentados não impedirá a Jordânia de continuar sua "luta contra o terrorismo".
Segundo o Itamaraty, não havia, até a noite de ontem, registros de brasileiros mortos nos ataques. A Embaixada de Israel em Amã também declarou que não havia informações sobre relatos de israelenses mortos.


Com agências internacionais

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