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Justiça iraniana acusa turistas americanos de espionagem
DA REDAÇÃO
A Justiça do Irã anunciou ontem que os americanos detidos
há mais de três meses na fronteira do país com o Iraque foram acusados de espionagem,
no primeiro sinal de que eles
podem ir a julgamento.
Shane Bauer, 27, Sarah
Shourd, 31, e Josh Fattal, 27, foram detidos em 31 de julho
após terem entrado no Irã a
partir do Curdistão iraquiano.
O procurador-geral iraniano,
Abbas Jafari Dowlatabadi, confirmou a acusação à agência estatal de notícias Irna e disse
que as investigações continuam. No Irã, o crime de espionagem pode levar à execução.
Em Berlim, a chanceler americana, Hillary Clinton, apelou
à "compaixão" do governo iraniano. "Renovaremos nosso
pedido em nome desses três jovens e de suas famílias para que
o governo iraniano tenha compaixão e liberte-os para que
voltem para casa", afirmou.
O governo dos EUA -cujos
interesses no Irã são representados pela Suíça, já que Washington não mantém relações
diplomáticas com a República
Islâmica desde a revolução de
1979- alega que os turistas estavam em férias, fazendo trilha
na fronteira, e que entraram no
país acidentalmente.
O momento em que a acusação foi anunciada levanta a possibilidade de que Teerã esteja
usando o caso para barganhar
com Washington, em meio às
negociações sobre seu programa nuclear. Em outubro, a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propôs que
o Irã envie seu urânio ao exterior, para receber, em troca,
combustível nuclear para pesquisas médicas. O país persa
ainda não respondeu oficialmente, mas deu sinais de que
deverá rejeitar a proposta.
Teerã já usou cidadãos dos
EUA presos como moeda de
troca antes. Em janeiro último,
a jornalista iraniana-americana Roxana Saberi foi presa,
condenada por espionagem e
depois libertada. Em julho, militares americanos libertaram
cinco iranianos que ficaram detidos no Iraque por meses.
Com agências internacionais
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