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REPUBLICANOS EM CRISE
Moderado fica sozinho na corrida pela presidência da Câmara dos Representantes (deputados ) dos EUA
Rival de Livingston abandona disputa
MARCELO DIEGO
de Nova York
"A disputa para a presidência da
Câmara não será mais uma disputa." Com a frase, o deputado Christopher Cox, 48, retirou sua candidatura ontem e praticamente garantiu seu colega republicano Bob
Livingston, 55, no cargo.
Os republicanos vão escolher seu
candidato no dia 18. A disputa final
será no dia 6 de janeiro.
O vencedor vai substituir Newt
Gingrich, que desistiu da reeleição
após ser acusado pelo partido de
ser responsável pela perda de cinco cadeiras republicanas na Câmara, na eleição geral nos EUA, que
aconteceu semana passada.
Cox apresentou duas razões para
desistir. A primeira foi numérica.
"Livingston tem cerca de cem votos garantidos. O máximo que eu
vou conseguir reunir será 90."
O presidente da Câmara é escolhido por eleição direta. Os republicanos têm maioria no plenário,
com 223 representantes, contra 211
democratas.
A outra razão apontada por Cox
foi a necessidade de união do partido. "Livingston merece todo o
nosso apoio em seu novo desafio",
declarou Cox.
Cox enviou uma carta a todos os
partidários explicando sua decisão
e pedindo apoio e união para "resolver as diferenças internas".
Ele e Livingston fazem parte de
uma tendência mais moderada entre os republicanos. Depois de a liderança ficar na mão dos opositores mais radicais, Cox disse estar
com medo de os moderados naufragarem em uma batalha interna.
Os elogios a Livingston saíram
até mesmo da Casa Branca, que
tem um presidente (Bill Clinton)
democrata.
"Bob (Livingston) tem um perfil
mais conciliatório. Já trabalhamos
com ele e percebemos que algumas
vezes você tem de abrir mão de
certas coisas. Mas, em outras, ele
também cede", disse Joe Lockhart,
porta-voz da Casa Branca.
"O presidente espera que o novo
Congresso consiga ouvir o apelo
para temas como a reforma do seguro social e a necessidade de melhorias na educação", disse.
Livingston deu mostras de um
discurso mais contido ontem. "Estou disposto a trabalhar com todo
mundo para fazer o melhor possível", afirmou.
Ele sorriu ao ouvir o mote da
campanha para a presidência da
Câmara: "Eu não sou o Newt".
Livingston recebeu em casa, ontem de manhã, o líder republicano
na Câmara, Dick Armey. O cargo
também está sendo pretendido
por Steve Largent (de Oklahoma),
que chegou a propor uma dobradinha eleitoral com Livingston, negada por ele.
Segundo uma porta-voz, Armey
(que é ligado a Gingrich) deu os
parabéns a Livingston pela provável eleição.
Recebeu em troca a promessa de
neutralidade na disputa da liderança do partido.
Segundo a rede de TV CNN, contudo, Livingston estaria procurando um terceiro nome para incluir
na disputa. Ele teria atrito com os
dois candidatos.
Livingston foi reeleito pela Louisiana. Formado em artes, com
doutorado em direito, ele é deputado desde 1977. Sua principal meta foi a redução do orçamento federal.
Ele foi responsável pelo corte de
300 programas, o que economizou
cerca de US$ 50 bilhões aos cofres
públicos.
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