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ORIENTE MÉDIO
Palestinos fazem críticas a unilateralismo
Sharon afirma que poderá remover assentamentos; colonos protestam
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, disse ontem que poderá ordenar uma remoção unilateral de
assentamentos judaicos nos territórios palestinos, caso as negociações do plano de paz fracassem.
A declaração, dada à comissão
de relações exteriores do Knesset
(Parlamento de Israel), foi criticada tanto pela ANP (Autoridade
Nacional Palestina) quanto por
colonos judeus e partidos mais radicais da coalizão governista.
Em reunião de gabinete no mês
passado, Sharon já havia levantado a hipótese de remover assentamentos judaicos isolados.
"Israel talvez remova assentamentos que estão além da linha
verde [fronteira entre a Cisjordânia e Israel] por razões de segurança", afirmou Sharon.
O premiê não entrou em detalhes sobre quando ocorreria essa
remoção. Tampouco informou
quais seriam os assentamentos a
serem desmantelados.
Jornais israelenses disseram que
o plano de Sharon seria desmantelar alguns assentamentos isolados na Cisjordânia e todos os existentes na faixa de Gaza. Dessa forma, Israel incorporaria ao país as
colônias restantes -principalmente as que estão do lado israelense da barreira que está sendo
construída para separar o país das
áreas palestinas-, anexando parte da Cisjordânia.
Ehud Yatom, membro do Likud
(partido de Sharon) e da comissão no Knesset, disse que saiu da
reunião com o premiê com a impressão de que a "retirada dos assentamentos é uma questão de
tempo". A possível remoção dos
assentamentos seria uma mudança da posição histórica de Sharon
e de seus aliados, que tradicionalmente apóiam a expansão das colônias judaicas.
"Nunca imaginamos que o partido que apoiamos [o Likud] pudesse propor passos unilaterais
sem um acordo de paz e dizendo
aos terroristas: "Ei, Israel está dando território de presente para vocês"", disse Shaul Yahalom, líder
do Partido Nacional Religioso, ligado aos colonos.
"Retirar os judeus da terra de Israel contradiz o sionismo e premia o terror", disse o porta-voz
dos colonos Yehoshua Yosef.
Segundo o ministro palestino
Saeb Erekat, "passos unilaterais
não levarão à paz entre israelenses
e palestinos". O premiê palestino,
Ahmed Korei, pediu que o governo israelense desse "uma chance
às negociações bilaterais".
Os EUA são contra às ações unilaterais de Israel.
Jihad Islâmico
Nafez Azzam, membro da direção do Jihad Islâmico, disse que o
grupo terrorista aceitaria um Estado palestino provisório nos territórios ocupados por Israel em
1967 [Cisjordânia, faixa de Gaza e
Jerusalém Oriental]. Caso outras
autoridades confirmem a informação, será a primeira vez que o
grupo concorda com um compromisso desse tipo. O Jihad Islâmico sempre defendeu a criação
de um Estado na Palestina histórica, que incluí o que é hoje Israel.
Com agências internacionais
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