São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Cúpula UE-África fracassa em obter acordo comercial

Presença do Zimbábue também é motivo de discórdia

DA REDAÇÃO

A primeira reunião de cúpula entre líderes europeus e africanos em sete anos terminou ontem sem acordo numa questão-chave das negociações comerciais. O fracasso representa um golpe nos esforços para forjar uma nova parceria econômica entre os dois continentes. Mais de 70 líderes europeus e africanos também não chegaram a um consenso sobre como lidar com o Zimbábue, país acusado de violar direitos humanos.
A cúpula, que durou dois dias e teve lugar em Lisboa, terminou com um ambicioso plano de ação e a promessa de um novo encontro, em 2010. Mas o maior bloco econômico do mundo e o continente mais pobre não chegaram a um consenso em relação ao comércio.
A União Européia (UE) é o principal parceiro econômico da África, com um comércio total da ordem de 215 bilhões (R$ 560 bilhões).
A UE quer substituir os acordos que estão para expirar pelos chamados Acordos de Parceria Econômica (APEs), que dão acesso para países africanos aos mercados europeus. Só que esses APEs são criticados por grupos de combate à pobreza por não conseguirem proteger os agricultores e a frágil indústria da África.
"Está claro que a África rejeita os APEs", disse o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade. "Não estamos mais falando sobre APEs, nós os rejeitamos... Vamos ver o que conseguimos pôr em seu lugar", acrescentou. Cerca de 12 países africanos, entretanto, estão dispostos a aceitar esses tratados.
Bruxelas quer novos acordos antes de 31 de dezembro, quando expira o "waiver" (permissão especial) da Organização Mundial do Comércio para que países em desenvolvimento façam acordos preferenciais.
O clima na cúpula ficou mais pesado por causa do Zimbábue. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a imagem da África estava sendo erodida por sua hesitação em condenar as violações do ditador do zimbabuano, Robert Mugabe, aos direitos humanos. Líderes africanos, porém, insistiram em que Mugabe, visto por muitos como herói da independência, fosse convidado para a cúpula. Sua presença levou o premiê britânico, Gordon Brown, a cancelar sua participação.


Com agências internacionais

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