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Cúpula UE-África fracassa em obter acordo comercial
Presença do Zimbábue também é motivo de discórdia
DA REDAÇÃO
A primeira reunião de cúpula
entre líderes europeus e africanos em sete anos terminou ontem sem acordo numa questão-chave das negociações comerciais. O fracasso representa um
golpe nos esforços para forjar
uma nova parceria econômica
entre os dois continentes. Mais
de 70 líderes europeus e africanos também não chegaram a
um consenso sobre como lidar
com o Zimbábue, país acusado
de violar direitos humanos.
A cúpula, que durou dois dias
e teve lugar em Lisboa, terminou com um ambicioso plano
de ação e a promessa de um novo encontro, em 2010. Mas o
maior bloco econômico do
mundo e o continente mais pobre não chegaram a um consenso em relação ao comércio.
A União Européia (UE) é o
principal parceiro econômico
da África, com um comércio total da ordem de 215 bilhões
(R$ 560 bilhões).
A UE quer substituir os acordos que estão para expirar pelos chamados Acordos de Parceria Econômica (APEs), que
dão acesso para países africanos aos mercados europeus. Só
que esses APEs são criticados
por grupos de combate à pobreza por não conseguirem
proteger os agricultores e a frágil indústria da África.
"Está claro que a África rejeita os APEs", disse o presidente
do Senegal, Abdoulaye Wade.
"Não estamos mais falando sobre APEs, nós os rejeitamos...
Vamos ver o que conseguimos
pôr em seu lugar", acrescentou.
Cerca de 12 países africanos,
entretanto, estão dispostos a
aceitar esses tratados.
Bruxelas quer novos acordos
antes de 31 de dezembro, quando expira o "waiver" (permissão especial) da Organização
Mundial do Comércio para que
países em desenvolvimento façam acordos preferenciais.
O clima na cúpula ficou mais
pesado por causa do Zimbábue.
A chanceler alemã, Angela
Merkel, disse que a imagem da
África estava sendo erodida por
sua hesitação em condenar as
violações do ditador do zimbabuano, Robert Mugabe, aos direitos humanos. Líderes africanos, porém, insistiram em que
Mugabe, visto por muitos como herói da independência,
fosse convidado para a cúpula.
Sua presença levou o premiê
britânico, Gordon Brown, a
cancelar sua participação.
Com agências internacionais
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