São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Ato anti-Netanyahu reúne 10 mil colonos

Protesto, em Jerusalém, é o maior até agora contra o congelamento por dez meses dos assentamentos na Cisjordânia

Manifestantes se recusam a parar as construções nas colônias; premiê israelense diz que decisão mostra sua abertura ao diálogo de paz


DA REDAÇÃO

Cerca de 10 mil colonos israelenses e simpatizantes protestaram ontem à noite no centro de Jerusalém contra o congelamento por dez meses a novas construções em assentamentos na Cisjordânia, imposto pelo governo conservador do premiê Binyamin Netanyahu no último dia 25.
Os colonos, que carregavam cartazes com os dizeres "Continuaremos a construir" e "Parem as bombas do Irã, não nossas casas", afirmavam que a manifestação seria a maior prova de resistência à ordem do governo até agora. Já houve diversos confrontos entre forças de segurança israelenses e colonos nos últimos dias.
O chanceler israelense, Avigdor Liberman, ele próprio um colono, disse que o protesto foi legítimo. "Se alguém chegar e congelar a construção de sua casa enquanto ela está em curso, você também teria objeções", afirmou a uma rádio.
Os colonos vêm lutando para recuperar terreno desde que Israel se retirou da faixa de Gaza em 2005, removendo 8.000 israelenses no processo. Cerca de 300 mil colonos vivem na Cisjordânia; outros 180 mil judeus vivem em Jerusalém Oriental. Os territórios foram anexados em 1967 e são reivindicados por palestinos.
A maior parte dos manifestantes ontem era de judeus ortodoxos. Vários diziam não acreditar que o congelamento será apenas temporário.
O grupo israelense Peace Now, a favor da autodeterminação dos palestinos, afirma que as construções na Cisjordânia continuam em ritmo superior ao de pontos de Israel. "O argumento dos colonos de que sofrem discriminação simplesmente não é verdadeiro", diz o líder da organização, Yariv Oppenheimer.
A ordem de congelamento enfureceu também os membros linha-dura do governo Netanyahu. Para o premiê, a ação demonstra suas intenções de paz e constitui uma concessão sem precedentes.
Palestinos, porém, a consideram insuficiente para a retomada das negociações, paralisadas há cerca de um ano.
Alguns ministros israelenses afirmam que o congelamento visa diminuir a pressão dos EUA por concessões e que nunca houve grande expectativa de agradar aos palestinos.

Referendo
Ainda ontem, o Parlamento de Israel deu aprovação preliminar a uma lei que exigirá um referendo para endossar qualquer acordo de paz que preveja a desistência do controle de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã (que foram anexadas da Síria em 1967).
A medida ainda deverá passar por outras duas votações do órgão para se tornar lei.

Com agências internacionais



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