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Ato anti-Netanyahu reúne 10 mil colonos
Protesto, em Jerusalém, é o maior até agora contra o congelamento por dez meses dos assentamentos na Cisjordânia
Manifestantes se recusam
a parar as construções nas colônias; premiê israelense diz que decisão mostra sua abertura ao diálogo de paz
DA REDAÇÃO
Cerca de 10 mil colonos israelenses e simpatizantes protestaram ontem à noite no centro de Jerusalém contra o congelamento por dez meses a novas construções em assentamentos na Cisjordânia, imposto pelo governo conservador do
premiê Binyamin Netanyahu
no último dia 25.
Os colonos, que carregavam
cartazes com os dizeres "Continuaremos a construir" e "Parem as bombas do Irã, não nossas casas", afirmavam que a
manifestação seria a maior prova de resistência à ordem do governo até agora. Já houve diversos confrontos entre forças
de segurança israelenses e colonos nos últimos dias.
O chanceler israelense, Avigdor Liberman, ele próprio um
colono, disse que o protesto foi
legítimo. "Se alguém chegar e
congelar a construção de sua
casa enquanto ela está em curso, você também teria objeções", afirmou a uma rádio.
Os colonos vêm lutando para
recuperar terreno desde que
Israel se retirou da faixa de Gaza em 2005, removendo 8.000
israelenses no processo. Cerca
de 300 mil colonos vivem na
Cisjordânia; outros 180 mil judeus vivem em Jerusalém
Oriental. Os territórios foram
anexados em 1967 e são reivindicados por palestinos.
A maior parte dos manifestantes ontem era de judeus ortodoxos. Vários diziam não
acreditar que o congelamento
será apenas temporário.
O grupo israelense Peace
Now, a favor da autodeterminação dos palestinos, afirma
que as construções na Cisjordânia continuam em ritmo superior ao de pontos de Israel.
"O argumento dos colonos de
que sofrem discriminação simplesmente não é verdadeiro",
diz o líder da organização, Yariv
Oppenheimer.
A ordem de congelamento
enfureceu também os membros linha-dura do governo Netanyahu. Para o premiê, a ação
demonstra suas intenções de
paz e constitui uma concessão
sem precedentes.
Palestinos, porém, a consideram insuficiente para a retomada das negociações, paralisadas há cerca de um ano.
Alguns ministros israelenses
afirmam que o congelamento
visa diminuir a pressão dos
EUA por concessões e que nunca houve grande expectativa de
agradar aos palestinos.
Referendo
Ainda ontem, o Parlamento
de Israel deu aprovação preliminar a uma lei que exigirá um
referendo para endossar qualquer acordo de paz que preveja
a desistência do controle de Jerusalém Oriental e das Colinas
de Golã (que foram anexadas da
Síria em 1967).
A medida ainda deverá passar por outras duas votações do
órgão para se tornar lei.
Com agências internacionais
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