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Israel adverte que vai intensificar ofensiva
País lançou panfletos sobre faixa de Gaza advertindo moradores, um dia após rechaçar resolução de cessar-fogo da ONU
Presidente da ANP criticou Israel e o Hamas: "Quem não aceita a trégua terá que assumir a responsabilidade pelo banho de sangue"
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A JERUSALÉM
A aviação israelense lançou
ontem panfletos sobre a faixa
de Gaza advertindo os moradores de que ampliará a sua ofensiva contra o grupo islâmico
Hamas, que hoje completa 16
dias. Na sexta-feira, o governo
havia dado luz verde à terceira
fase da operação militar, depois
de rejeitar a resolução de cessar-fogo aprovada no Conselho
de Segurança das Nações Unidas -que também não foi aceita pelo Hamas.
Enquanto Israel mantém a
ofensiva aérea e começa a aprofundar a invasão de Gaza, a diplomacia internacional continua incapaz de pôr fim à crise.
Além da rejeição à proposta da
ONU, o impasse se estende ao
plano franco-egípcio, que emperrou nas divergências em
torno do mecanismo de controle da fronteira de Gaza com o
Egito para impedir a entrada de
armas para o Hamas.
O jornal britânico "Times"
noticiou que diplomatas europeus estão tentando romper o
impasse com uma proposta que
devolveria o controle da fronteira a forças da Autoridade Nacional Palestina (ANP), do presidente Mahmoud Abbas. Os
soldados palestinos seriam ajudados por monitores turcos e
franceses.
Consultado pela Folha, o
chefe-de-gabinete de Abbas
praticamente descartou a idéia,
lembrando que não há comunicação entre Fatah e Hamas.
"Como podemos ter policiais
na fronteira se do outro lado
não temos controle?", questionou Rafiq Husseini. "Isso não
funcionaria."
No Cairo, Abbas criticou Israel e o Hamas por não aceitarem o cessar-fogo. "Quem não
aceita a trégua, lamentavelmente, terá que assumir a responsabilidade pela continuação do banho de sangue."
Israel insiste em que não
aceitará um cessar-fogo antes
de garantir pelo menos dois objetivos: acabar com o disparo
de foguetes contra seu território e impedir que o grupo se
rearme através da fronteira
com o Egito. Para isso, tem
bombardeado os túneis que
servem para o contrabando e
exigido um "mecanismo" de
supervisão internacional para
quando a ofensiva terminar.
Ao mesmo tempo em que
impõe suas condições, Israel
mantém a pressão militar contra alvos relacionados ao Hamas. Em mais de 40 bombardeios na madrugada de sábado,
a aviação afirmou ter matado
15 militantes do grupo fundamentalista, além de destruir
túneis e depósitos de armas.
Segundo fontes médicas palestinas, os mortos na ofensiva
israelense já chegam a 821.
Porta-vozes do Hamas dizem
que mais de um terço do total é
de crianças. Nove soldados israelenses foram mortos, além
de quatro civis em foguetes disparados de Gaza.
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