|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA descartam envio de tropas ao Iêmen
Americanos darão ajuda de US$ 150 milhões ao país; general diz que Paquistão e Afeganistão ainda são centro da guerra antiterror
Senadores oposicionistas pedem que autoridades antiterror sejam punidas por falhas que permitiram tentativa de ataque ao país
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Os EUA descartaram intervenção militar no Iêmen para
combater a crescente influência da Al Qaeda na região, mas
prometeram enviar mais de
US$ 150 milhões em ajuda ao
governo do país ontem.
Em entrevista publicada na
revista "People", o presidente
dos EUA, Barack Obama, afirmou que não existe "nenhuma
intenção" de enviar tropas ao
Iêmen ou à Somália para enfrentar a Al Qaeda.
"Neste ponto, trabalhar com
a cooperação de parceiros internacionais é a saída mais eficaz", disse Obama. O presidente acrescentou, porém, que, para o futuro, não descarta "nenhuma possibilidade em um
mundo complexo".
Segundo o general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, o governo do Iêmen não quer a presença de militares americanos no país, mas
teria reiterado o compromisso
em combater a rede terrorista.
O general Petraeus deu declarações à rede CNN na mesma linha das de Obama: "Sempre queremos que a nação em
questão lide ela mesma com
seus problemas. Queremos ajudar, dando assistência", disse.
Petraeus afirmou que os
EUA mais do que dobrarão sua
ajuda financeira ao Iêmen,
atualmente de US$ 70 milhões.
As operações da Al Qaeda e
de grupos radicais islâmicos no
Iêmen ganharam nova relevância no radar político e militar
americano depois que o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab tentou explodir no último Natal um avião da Northwest vindo da Holanda.
Abdulmutallab, 23, que sido
treinado pela Al Qaeda no Iêmen, não conseguiu acionar
completamente os explosivos
que carregava, foi preso e agora
será processado nos EUA.
Apesar da preocupação com
o Iêmen, cujo governo também
enfrenta rebeliões de insurgentes domésticos, o general afirmou que a principal frente da
luta antiterror travada pelos
americanos segue sendo a zona
fronteiriça entre o Paquistão e
o Afeganistão.
Petraeus afirmou ainda que
as Forças Armadas dos EUA
têm um plano de contingência
para as instalações nucleares
do Irã -sugerindo um possível
ataque-, mas não deu detalhes.
Também ontem, os senadores John McCain (republicano)
e Joe Lieberman (independente) afirmaram que o governo
democrata de Obama deveria
punir os responsáveis pelas falhas de segurança que permitiram a Abdulmutallab representar a maior ameaça aos EUA
desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
Apesar de vários alertas a
respeito de Abdulmutallab (o
próprio pai informou aos EUA
que o filho adotara "posições
radicais"), ele não teve seu visto
de entrada nos EUA cancelado
e conseguiu embarcar em uma
aeronave americana portando
explosivos.
Texto Anterior: Vice e oposição se articulam para conter a Casa Rosada Próximo Texto: Iemenitas se dispõem a falar com a Al Qaeda Índice
|