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MISSÃO NO CARIBE
É o primeiro dos 21 países da Minustah
Espanha anuncia que se retira do contingente da ONU no Haiti
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE
A Espanha anunciou ontem a
retirada de suas tropas integrantes da Minustah (missão de paz da
ONU no Haiti) até o final de março, quando o futuro governo eleito deve tomar posse. Trata-se do
primeiro dos 21 países que enviaram militares à ilha caribenha a
anunciar essa decisão.
O ministro da Defesa espanhol,
José Bono, não especificou a data,
mas disse que já havia dado a ordem da volta dos soldados assim
que a Minustah terminasse o processo eleitoral no país.
"Estamos cientes da decisão da
Espanha de retirar as suas tropas,
mas ainda não recebemos nenhuma comunicação", disse à Folha o
porta-voz da Minustah, David
Wimhurst. "Mas, independentemente dessa decisão, a segurança
do país estará assegurada pela Minustah."
Junto com o Marrocos, a Espanha enviou 370 soldados ao Haiti,
o equivalente a 5% do total de
7.286 capacetes azuis militares no
país. Como atuam em conjunto, a
expectativa é que os dois países
também se retirem juntos.
Anteontem, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse que a
missão brasileira no Haiti -a segunda maior, com 1.200 integrantes- "não tem prazo para sair" e
que "o processo eleitoral é só o
primeiro passo" para a estabilização do país caribenho.
O mandato da ONU no Haiti
termina na semana que vem, mas
a renovação pelo Conselho de Segurança é tida como certa.
Além das eleições presidenciais
e legislativas de terça-feira, haverá
também votação, em 19 de março,
para cargos locais, departamentais e um eventual segundo turno,
se o favorito René Préval não conseguir maioria absoluta.
Até o fechamento desta edição,
o Conselho Eleitoral Provisório
(CEP) só havia divulgado um resultado parcial, com apenas 6,1%
dos votos apurados. O ex-presidente de centro-esquerda Préval,
63, lidera com 61,5% dos votos válidos. Num distante segundo lugar, aparece outro ex-presidente,
Leslie Manigat, com 13,4%.
Ainda que não seja conclusivo,
esse resultado aumentou ainda
mais a expectativa de uma vitória
de Préval sem um segundo turno.
Caso não seja declarado vencedor, há o temor de protestos.
Desde anteontem, alguns candidatos, como o próprio Leslie Manigat, têm dado como certa a vitória de Préval.
Com agências internacionais
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