São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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CIA recebe crítica por previsões erradas sobre saída de ditador

Diretor da agência declarou que havia forte chance de renúncia

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A decisão do ditador egípcio, Hosni Mubarak, de continuar no poder, ainda que cedendo poderes ao vice Omar Suleiman, não era o que os EUA esperavam.
Pela manhã, o diretor da CIA, Leon Panetta, afirmou ao Congresso que havia uma "forte possibilidade" de que o ditador renunciasse.
E, antes de Mubarak anunciar sua decisão, o presidente Barack Obama afirmou que os EUA farão "tudo o que for preciso" para apoiar a transição para a democracia.
"O momento da transformação está ocorrendo porque o povo do Egito está pedindo por mudanças", disse Obama, no início da tarde.
Está "absolutamente claro que estamos presenciando a história se desenrolar", afirmou ainda.
Mubarak, por sua vez, afirmou em diversos momentos em seu discurso na TV ontem que não vai permitir que forças estrangeiras intervenham nas questões internas do Egito, em resposta que pareceu direcionada aos EUA.
As declarações foram acompanhadas por Obama no avião presidencial, na volta de evento em Michigan.
À noite, o americano criticou o discurso do ditador e se reuniu com sua equipe de segurança nacional para discutir quais serão os próximos passos na crise egípcia.
Nas suas últimas declarações, Obama vem buscado se distanciar de Mubarak, um aliado histórico dos americanos, pressionando-o para que deixe o poder.
Nem sempre, porém, foi assim. No início da crise egípcia, os EUA foram bastante cautelosos em suas declarações sobre a situação no país do Oriente Médio, atitude que foi criticada por vários analistas, que afirmam que o governo perdeu a chance de ter mais poder nas negociações com a oposição.


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