São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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Colômbia acusa Farc de retomar sequestros

Dois funcionários de multinacional teriam sido levados pela guerrilha

Sequestros ocorrem no momento em que se negocia a libertação de mais reféns, com ajuda do Exército brasileiro

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo colombiano acusou ontem as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) de sequestrar dois funcionários de uma multinacional no departamento colombiano de Cauca, no mesmo dia em que iniciaram o processo de libertar cinco reféns com a ajuda de dois helicópteros das Forças Armadas brasileiras.
Os sequestros foram informados pelo presidente Juan Manuel Santos, que aproveitou para apontar dupla moral dos guerrilheiros: "Por um lado libertando reféns, como gesto de generosidade; por outro, sequestrando".
Os novos reféns são Freddy Cuenca e Orlando Valdez, funcionários de uma empresa florestal, sequestrados na tarde de anteontem na área de El Tambo, no departamento do Cauca.
As autoridades militares atribuíram esses sequestros à sexta frente das Farc, facção que tem forte atividade nessa região.
O presidente admitiu que cogitou suspender o processo de libertações de reféns das Farc após saber que a guerrilha tinha sequestrado os dois contratistas da Cartón de Colombia, uma filial da multinacional irlandesa Smurfit Kappa.
"Estive tentado a suspender as libertações dos reféns", afirmou Santos, que ajudou no processo para liberar os cinco cativos.
O primeiro deles -o vereador Marcos Baquero, que ficou 19 meses em cativeiro- foi entregue nas selvas do sul do país anteontem, mesmo dia do sequestro de Cuenca e Valdez.
Os comentários do presidente foram feitos enquanto uma missão humanitária que inclui a ex-senadora Piedad Córdoba e as Forças Armadas brasileiras está na cidade de Florença (700 km ao sul de Bogotá) preparando a segunda fase da prometida libertação pelas Farc.

INACEITÁVEL
Em um ato oficial na sede do Executivo colombiano, Santos disse que o jogo duplo das Farc "é totalmente inaceitável", mas, mesmo assim, afirmou que as libertações não serão suspensas para "não frustrar a esperança das famílias desses reféns".
O presidente assumiu em agosto e uma de suas promessas foi continuar enfraquecendo as Farc.
Para hoje, está prevista a segunda fase da operação, com a entrega de outros dois reféns e de mais dois no próximo domingo.
É prometida a libertação do também vereador Armando Acuña, dos militares Henry López Martínez, Salín Antonio Sanmiguel Valderrama e do policial Guillermo Solórzano.


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