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AMÉRICA LATINA
Após diálogo com Lula, Uribe deve levar à ONU pedido para aumentar controle de armamentos em seu país
Brasil e Colômbia tentam embargar armas
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro propôs, e o
presidente Álvaro Uribe aceitou,
sugerir ao Conselho de Segurança
das Nações Unidas uma resolução determinando embargo de
armas para a Colômbia.
Essa resolução daria pretexto
aos cinco países que fazem fronteira com aquele país, inclusive o
Brasil, para fiscalizar de forma
mais incisiva o comércio de armas e outras atividades relacionadas à guerrilha e ao narcotráfico.
Os demais países que fazem
fronteira com a Colômbia são Venezuela, Equador, Peru e Panamá, que estarão reunidos amanhã, em Bogotá, para discutir
com representantes do governo
dos EUA ações contra a guerrilha.
O Brasil estará presente.
Segundo o chanceler Celso
Amorim, o embargo de armas já
foi usado em ao menos duas ocasiões: na guerra da Bósnia e na luta de Angola contra a guerrilha
Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola).
Além de dar "grande visibilidade" internacional à crise interna
da Colômbia, um embargo, segundo Amorim, pode impor
"uma disciplina muito grande"
no comércio legal de armas na região. Isso, disse ele, interessa diretamente ao Brasil, que convive
com uma escalada de violência e
uma investida crescente de quadrilhas de narcotraficantes, em
especial, mas não só, no Rio.
Os países limítrofes com a Colômbia seriam compelidos formalmente, pela resolução da
ONU, a tratar de forma mais efetiva o problema da porosidade das
fronteiras daquela área do continente. É por ali que circulam armas e drogas que afetam a segurança de todos os países vizinhos.
Caso o Conselho de Segurança
acate a sugestão e publique efetivamente a resolução, os países ficariam não só obrigados a intensificar o policiamento e o controle
das fronteiras, mas também a reportar periodicamente ações e resultados à ONU.
Para isso, é preciso que a Colômbia faça um pedido expresso
para pelo menos 1 dos 15 países
que integram o Conselho de Segurança e que este país acate a
idéia. Depois, haveria a votação
pelo plenário do Conselho.
A idéia brasileira, apresentada a
Uribe durante a visita deste a Brasília na última sexta-feira, tem base na resolução 1465 da ONU, de
13 de fevereiro deste ano.
Pelo item 3 dessa resolução, os
países devem trabalhar urgentemente em cooperação para dar
suporte e assistência às autoridades colombianas nos seus esforços contra o terrorismo.
Colaborou Leonardo Cruz, da Redação
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