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VENEZUELA
Antagonismo entre governo e oposição não permite avanço em Brasília, mas brasileiro vê progresso
Reunião do Grupo de Amigos acaba em impasse
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo venezuelano e a oposição saíram da reunião com o
Grupo de Amigos e o secretário-geral da OEA (Organização dos
Estados Americanos), César Gaviria, em Brasília, com discursos
antagônicos. Os partidários do
presidente Hugo Chávez vêem a
normalização do país, contra o
caos visto pelos oposicionistas.
"Há a possibilidade de solução",
disse Gilberto Saboia, o embaixador brasileiro que fez o papel de
porta-voz do grupo. Ele mencionou o referendo que pode ser
convocado a partir de agosto para
perguntar se a população quer
Chávez no poder.
O único ponto em comum entre
a oposição e a situação foi a criação do Comitê de Postulação, que
indicará os nomes para o Conselho Nacional Eleitoral.
Os chavistas e a oposição discordaram sobre os demais temas.
Para o representante do governo
na reunião, Jorge Valero, "a situação na Venezuela está se normalizando". Para o representante da
oposição, Timoteo Zambrano, o
seu país "caminha para o caos" e
"o governo maquia a crise".
O Grupo de Amigos é composto
por México, Chile, Espanha, Portugal, EUA e Brasil. Ontem, a Venezuela reiterou querer a presença de França e Rússia no grupo.
Descontentes com os rumos do
país, os opositores querem que a
OEA aumente sua interferência
na crise. "Pedimos que Gaviria
trabalhe como um mediador, em
vez de um facilitador", disse.
A mediação significaria que as
propostas colocadas na mesa pela
OEA teriam de ser seguidas. Como facilitador, Gaviria faz apenas
sugestões. O governo venezuelano não quer nem discutir o tema.
Ontem, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da
OEA, afirmou que vê com preocupação o aumento das violações
aos direitos humanos na Venezuela. Segundo o órgão, há grupos
armados intimidando membros
da oposição -inclusive grupos
de extermínio.
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