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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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VENEZUELA

Antagonismo entre governo e oposição não permite avanço em Brasília, mas brasileiro vê progresso

Reunião do Grupo de Amigos acaba em impasse

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo venezuelano e a oposição saíram da reunião com o Grupo de Amigos e o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, em Brasília, com discursos antagônicos. Os partidários do presidente Hugo Chávez vêem a normalização do país, contra o caos visto pelos oposicionistas.
"Há a possibilidade de solução", disse Gilberto Saboia, o embaixador brasileiro que fez o papel de porta-voz do grupo. Ele mencionou o referendo que pode ser convocado a partir de agosto para perguntar se a população quer Chávez no poder.
O único ponto em comum entre a oposição e a situação foi a criação do Comitê de Postulação, que indicará os nomes para o Conselho Nacional Eleitoral.
Os chavistas e a oposição discordaram sobre os demais temas. Para o representante do governo na reunião, Jorge Valero, "a situação na Venezuela está se normalizando". Para o representante da oposição, Timoteo Zambrano, o seu país "caminha para o caos" e "o governo maquia a crise".
O Grupo de Amigos é composto por México, Chile, Espanha, Portugal, EUA e Brasil. Ontem, a Venezuela reiterou querer a presença de França e Rússia no grupo.
Descontentes com os rumos do país, os opositores querem que a OEA aumente sua interferência na crise. "Pedimos que Gaviria trabalhe como um mediador, em vez de um facilitador", disse.
A mediação significaria que as propostas colocadas na mesa pela OEA teriam de ser seguidas. Como facilitador, Gaviria faz apenas sugestões. O governo venezuelano não quer nem discutir o tema.
Ontem, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, afirmou que vê com preocupação o aumento das violações aos direitos humanos na Venezuela. Segundo o órgão, há grupos armados intimidando membros da oposição -inclusive grupos de extermínio.


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