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Amorim ficou surpreso com final da cúpula
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Apesar de ter participado intensamente das negociações
pela paz na crise Colômbia-Equador-Venezuela, o chanceler Celso Amorim disse ontem
em reunião no Palácio do Planalto que "levou um susto"
quando o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, pediu aos presidentes
dos dois países que se cumprimentassem.
"Ih! Pensei. Isso vai dar uma
confusão danada", relatou
Amorim, que participou pela
segunda vez consecutiva da
reunião semanal de coordenação política com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, nada daquilo tinha
sido combinado, "daí o susto"
na reunião do Grupo do Rio, na
última sexta-feira.
Na versão do chanceler, houve intensas negociações prévias
tanto com o colombiano Alvaro
Uribe quanto com o equatoriano Rafael Correa. O próprio
Amorim disse que se reuniu
por 40 minutos com Uribe antes do encontro, tentando pacificar os ânimos e ajudando a fechar os limites de um acordo.
Em nenhum momento, porém, foi discutido e muito menos acertado que a reunião do
Grupo do Rio em Santo Domingo, capital da República Dominicana, acabaria com apertos
de mãos entre Uribe e Correa e
muito menos com abraços e
sorrisos entre Uribe e o venezuelano Hugo Chávez.
Apesar do susto e do medo
inicial, Amorim disse que respirou aliviado e classificou o
desfecho como "excepcionalmente positivo", muito acima
das expectativas. Na sua opinião, o anfitrião Fernández "teve uma intuição". Podia dar ou
não certo. E deu.
Conforme o seu relato no
Planalto, Amorim já esperava
um clima tenso, com Uribe e
Correa trocando acusações,
com "alguma distensão" no
fim. Não chegou a prever, porém, que a distensão chegasse a
cumprimentos e abraços.
Nesse clima, está sendo reconfirmada a reunião de presidentes da Unasul (a comunidade sul-americana), marcada para Cartagena (Colômbia), nos
próximos dias 28 e 29. Lula
confirmou presença.
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