São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Amorim ficou surpreso com final da cúpula

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Apesar de ter participado intensamente das negociações pela paz na crise Colômbia-Equador-Venezuela, o chanceler Celso Amorim disse ontem em reunião no Palácio do Planalto que "levou um susto" quando o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, pediu aos presidentes dos dois países que se cumprimentassem.
"Ih! Pensei. Isso vai dar uma confusão danada", relatou Amorim, que participou pela segunda vez consecutiva da reunião semanal de coordenação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, nada daquilo tinha sido combinado, "daí o susto" na reunião do Grupo do Rio, na última sexta-feira.
Na versão do chanceler, houve intensas negociações prévias tanto com o colombiano Alvaro Uribe quanto com o equatoriano Rafael Correa. O próprio Amorim disse que se reuniu por 40 minutos com Uribe antes do encontro, tentando pacificar os ânimos e ajudando a fechar os limites de um acordo.
Em nenhum momento, porém, foi discutido e muito menos acertado que a reunião do Grupo do Rio em Santo Domingo, capital da República Dominicana, acabaria com apertos de mãos entre Uribe e Correa e muito menos com abraços e sorrisos entre Uribe e o venezuelano Hugo Chávez.
Apesar do susto e do medo inicial, Amorim disse que respirou aliviado e classificou o desfecho como "excepcionalmente positivo", muito acima das expectativas. Na sua opinião, o anfitrião Fernández "teve uma intuição". Podia dar ou não certo. E deu.
Conforme o seu relato no Planalto, Amorim já esperava um clima tenso, com Uribe e Correa trocando acusações, com "alguma distensão" no fim. Não chegou a prever, porém, que a distensão chegasse a cumprimentos e abraços.
Nesse clima, está sendo reconfirmada a reunião de presidentes da Unasul (a comunidade sul-americana), marcada para Cartagena (Colômbia), nos próximos dias 28 e 29. Lula confirmou presença.


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