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Palestinos voltam a romper diálogo com Israel, diz Liga Árabe
Decisão se segue a anúncio de novas construções israelenses em
Jerusalém Oriental dias após retomada de conversas indiretas
Em visita à região, vice dos
EUA volta a criticar medida
do governo Netanyahu, que
pede desculpas por hora,
mas não por teor de decisão
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da Liga
Árabe, Amr Moussa, disse ontem que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), desistiu de
retomar o diálogo indireto com
Israel, mediado pelos EUA,
após o anúncio da construção
de novas casas israelenses em
Jerusalém Oriental, reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
"O presidente palestino decidiu que não entrará nas negociações agora. O lado palestino
não está pronto para negociar
sob as circunstâncias atuais",
disse Moussa no Cairo.
O suposto recuo palestino
congela acordo que era considerado a única vitória recente
dos EUA sobre o assunto.
Ontem, um dia após ser surpreendido por Israel com o
anúncio das novas construções,
o vice-presidente americano,
Joe Biden, acirrou as críticas ao
Estado. "Todos já deveriam saber que não existe alternativa
viável à solução dos dois Estados", disse, no terceiro dia de
sua visita oficial à região.
As colônias judaicas em território palestino ocupado na
Guerra dos Seis Dias (1967) são
tidas por palestinos -e por boa
parte da comunidade internacional- como um obstáculo à
paz e um meio de inviabilizar
um futuro Estado palestino.
O anúncio de anteontem gerou reprovação e atrapalhou a
visita de Biden, que, contrariado, quase cancelou um jantar
com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Na cidade palestina de Ramallah, Biden disse que condenou "imediatamente" as construções. "Conforme avançamos, os EUA irão cobrar dos
dois lados responsabilidade sobre anúncios ou ações que inflamem as tensões ou prejudiquem o resultado das negociações, como é o caso deste."
Na ocasião, Abbas, que acompanhava a visita, disse que o
anúncio "mina a confiança",
mas não recuou do diálogo
Em entrevista a uma rádio, o
ministro de Interior israelense,
Eli Yishai, se desculpou por ter
causado "um constrangimento
real" a Biden, mas defendeu a
medida. "Da próxima vez, vamos considerar o momento."
Com agências internacionais
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