São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Palestinos voltam a romper diálogo com Israel, diz Liga Árabe

Decisão se segue a anúncio de novas construções israelenses em Jerusalém Oriental dias após retomada de conversas indiretas

Em visita à região, vice dos EUA volta a criticar medida do governo Netanyahu, que pede desculpas por hora, mas não por teor de decisão


DA REDAÇÃO

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse ontem que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), desistiu de retomar o diálogo indireto com Israel, mediado pelos EUA, após o anúncio da construção de novas casas israelenses em Jerusalém Oriental, reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
"O presidente palestino decidiu que não entrará nas negociações agora. O lado palestino não está pronto para negociar sob as circunstâncias atuais", disse Moussa no Cairo.
O suposto recuo palestino congela acordo que era considerado a única vitória recente dos EUA sobre o assunto.
Ontem, um dia após ser surpreendido por Israel com o anúncio das novas construções, o vice-presidente americano, Joe Biden, acirrou as críticas ao Estado. "Todos já deveriam saber que não existe alternativa viável à solução dos dois Estados", disse, no terceiro dia de sua visita oficial à região.
As colônias judaicas em território palestino ocupado na Guerra dos Seis Dias (1967) são tidas por palestinos -e por boa parte da comunidade internacional- como um obstáculo à paz e um meio de inviabilizar um futuro Estado palestino.
O anúncio de anteontem gerou reprovação e atrapalhou a visita de Biden, que, contrariado, quase cancelou um jantar com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Na cidade palestina de Ramallah, Biden disse que condenou "imediatamente" as construções. "Conforme avançamos, os EUA irão cobrar dos dois lados responsabilidade sobre anúncios ou ações que inflamem as tensões ou prejudiquem o resultado das negociações, como é o caso deste."
Na ocasião, Abbas, que acompanhava a visita, disse que o anúncio "mina a confiança", mas não recuou do diálogo
Em entrevista a uma rádio, o ministro de Interior israelense, Eli Yishai, se desculpou por ter causado "um constrangimento real" a Biden, mas defendeu a medida. "Da próxima vez, vamos considerar o momento."

Com agências internacionais



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