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Ignorados pelo Censo, brasileiros aderem a protesto
DE WASHINGTON
Se a manifestação de ontem foi também contra a discriminação dos imigrantes,
os brasileiros tiveram um
motivo a mais para fazer
parte dela. Pela peculiaridade lingüística, são exceção
num continente que praticamente só fala espanhol.
Também não se consideram "latinos" nem hispânicos -no último Censo local,
poucos colocaram "x" em
uma das duas opções, e não
havia uma para "brasileiro",
o que fez de "branco" a escolha da maioria.
Assim, oficialmente são
menos de meio milhão, mas
estima-se um número pelo
menos três vezes maior. Na
região de Washington, concentram-se em Silver Spring,
no Estado vizinho de Maryland e a poucos minutos da
capital do país. Trabalham
como operários ou fazendo
pequenos serviços. É o caso
de Antônio Pereira, 26, marceneiro que chegou de Goiás
há quatro anos. Ontem, ele
organizou uma caravana de
goianos para protestar.
(SD)
Folha - Contra o quê?
Pereira - É preciso colocar
um pouco de pressão para
ver se eles mudam a lei ou se
fazem alguma coisa para a
gente. É muito difícil viver
do jeito que a gente está vivendo aqui. Não é uma prisão, mas também não tem
muito direito não. Queremos mostrar que de alguma
forma temos importância,
que estamos fazendo o trabalho pesado para eles.
Folha - Você é discriminado?
Pereira - Ouvi um ditado
aqui: "A América é para todos, nem todos são para a
América".
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