São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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Piratas somalis exigem salvo-conduto dos EUA

EUA cercam barco com refém, que tentou escapar a nado; resgate militar de veleiro francês termina em morte

DA REDAÇÃO

Acossados, os quatro piratas somalis que mantêm refém o americano Richard Phillips, capitão da Marinha Mercante, exigem um salvo-conduto para negociar o resgate. O bando navega em alto mar em um bote salva-vidas, e cobra o recuo dos EUA para que um navio pirata os leve até a costa.
O capitão Phillips, 53, se lançou ao mar e tentou fugir a nado na madrugada de ontem, mas foi rapidamente capturado, segundo do Departamento da Defesa dos EUA. Os criminosos pediram inicialmente resgate de US$ 1,5 milhão, mas focam agora em fugir do cerco.
Aviões monitoram o barco, acompanhado à distância pelo destróier USS Bainbridge. Resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada por unanimidade em dezembro, autoriza ofensivas contra os piratas da Somália. Mas os EUA relutam em agir para não colocar Phillips em risco, e a negociação é coordenada pelo FBI, polícia federal americana.
Um refém foi morto ontem em uma operação da Marinha francesa contra piratas somalis. Sequestrado no sábado passado, o veleiro Tanit levava outras quatro pessoas, entre elas uma criança, todas libertadas. Dois criminosos morreram, e três foram presos.
O cargueiro Maersk Alabama, comandado por Phillips, foi tomado na quarta-feira, no primeiro sequestro de um navio de bandeira americana por criminosos em dois séculos.
Os tripulantes conseguiram recuperar o controle do navio rapidamente, mas o comandante foi tomado refém. Eles tentaram, sem sucesso, negociar a troca de Phillips por um pirata capturado, já solto. A imprensa americana trata o capitão como herói e divulga relatos de que ele se ofereceu como refém para evitar pôr em risco os homens sob seu comando.
Carregado com contêineres de alimentos de agências humanitárias, o navio seguia para o Quênia quando foi atacado em águas somalis. Sem governo central desde 1991, o país é refúgio de piratas, que tomam embarcações e exigem resgate.
Cerca de 250 tripulantes de 14 navios estão em poder de piratas somalis, segundo o Birô Marítimo Internacional, agência da ONU especializada na segurança da Marinha Mercante. Em 2008, foram pagos US$ 80 milhões em resgates -alguns países, como a França, rejeitam pagamentos aos criminosos.

Com agências internacionais


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