São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Presidente polonês morre em desastre aéreo

Avião com Lech Kaczynski, 60, e comitiva oficial cai no extremo oeste da Rússia; nenhum dos 96 passageiros sobrevive

Diversos integrantes do governo, que viajaram para Rússia para cerimônia sobre massacre soviético na 2ª Guerra, estavam no voo


Sergei Chirikov/Efe
Policial observa parte do avião que caiu no extremo oeste da Rússia, matando o presidente da Polônia e todos os outros passageiros

DA REDAÇÃO

O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, 60, morreu ontem depois que o avião em que viajava, acompanhado de uma comitiva de representantes do país, caiu sobre uma floresta, no oeste da Rússia.
Entre os passageiros da aeronave -acredita-se que 96 pessoas- também estavam parlamentares, o presidente do Banco Central, chefes militares do país e funcionários do governo. Ninguém sobreviveu.
"Ainda não conseguimos dar conta do tamanho desta tragédia e o que ela significa para o nosso futuro; nada parecido acontecera antes na Polônia", afirmou a Chancelaria do país.
A comitiva participaria de uma cerimônia em memória dos milhares de poloneses assassinados pelas forças soviéticas em Katyn, após a invasão do país, que marcou o início da Segunda Guerra Mundial.
Um dos aviões da frota oficial polonesa, o Tupolev, de fabricação soviética, se aproximava do pouso na cidade russa de Smolensk quando caiu, em meio a um espesso nevoeiro. Na noite de ontem, a caixa-preta da aeronave estava sendo examinada para determinar as causas do acidente.
Funcionários russos afirmaram que o aeroporto de Smolensk estava fechado na hora do acidente, por causa do nevoeiro. O piloto do avião teria sido alertado sobre as dificuldades, e controladores sugeriram que o voo fosse desviado para Moscou ou para Minsk (Belarus) -sugestão que, segundo controladores, não foi aceita pela tripulação do Tupolev. A aeronave fez três tentativas de pouso abortadas. Na quarta, o avião caiu, a pouco menos de 1 km do aeroporto Smolensk.
A aeronave polonesa tinha pouco mais de 20 anos de uso. Políticos poloneses reclamaram ontem da envelhecida frota de aviões oficiais do país.

Eleição antecipada
A morte de Kaczynski forçou o governo a antecipar a eleição presidencial, antes marcada para outubro. O presidente interino, Bronislaw Komorowski, terá duas semanas para chamar o novo pleito, a ser realizado até 60 dias depois da convocação. Ele disse que está fazendo consultas com todos os grupos políticos do Parlamento.
Lech Kaczynski era do partido de centro-direita Lei e Justiça e assumiu a Presidência do país -uma República parlamentarista- em 2005. A legenda também conquistou, à época, a chefia de governo, com o irmão do presidente, Jaroslaw Kaczynski. Desde o fim do comunismo, a Polônia se afastou da esfera de influência russa. O país entrou na Otan (aliança militar ocidental) em 1999 e na União Europeia em 2004.

Com agências internacionais



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