São Paulo, domingo, 11 de maio de 2008

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Devastada por ciclone, Mianmar vota em referendo sobre nova Carta

Para analistas, não há abertura democrática; testemunhas citam intimidação

DA REDAÇÃO

Com o país imerso em uma grave crise humanitária que pode deixar mais de 100 mil mortos após a passagem do ciclone Nargis, no dia 2, os birmaneses foram ontem às urnas votar uma proposta de Constituição da junta militar que governa Mianmar desde 1962.
A expectativa é que a Carta, a primeira desde 1988, seja aprovada por larga margem de votos. Mas, segundo analistas, ela dará pouco alento a uma abertura democrática, tamanhas as restrições que impõe sobre futuras eleições e candidaturas.
Apesar da situação em que o país se encontra -com 1 milhão de pessoas desabrigadas pelo Nargis e saldo oficial de 23.335 mortos-, a votação foi adiada apenas em 40 cidades atingidas. Os resultados, portanto, só serão contabilizados totalmente e anunciados após a votação nessas regiões, dia 24.
Testemunhas relataram a agências de notícias casos de intimidação de eleitores, como registro de impressões digitais na cédula eleitoral. Houve protestos contra a votação no Japão, na Malásia e na Tailândia.
Após a junta confiscar suprimentos enviados pela ONU na véspera, começaram a chegar ontem alimentos, remédios e outros itens doados pela ONU e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha às vítimas do ciclone. Os militares aproveitaram para fazer propaganda política do governo, embalando as caixas de ajuda com adesivos estampados com os nomes dos principais generais no poder.


Com agências internacionais


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