DE BUENOS AIRES

Após um confronto com o governo que dura mais de um ano e a promessa de tentar vencer o kirchnerismo nas urnas, o setor rural terá participação tímida nas eleições de 28 de junho.
Os líderes das quatro principais entidades ruralistas do país não aceitaram convites de diferentes setores da oposição para serem candidatos. Os "agrocandidatos" se resumem a cerca de dez dirigentes de segundo escalão das entidades, que integrarão listas de oposição da União PRO (centro-direita) e do Acordo Cívico e Social (centro-esquerda).
Entre os principais candidatos do setor está Pablo Orsolini, segundo vice-presidente da Federação Agrária Argentina, que encabeçará a lista à Câmara da aliança entre radicais e socialistas na Província de Chaco, décima maior do país, com pouco mais de 1 milhão de habitantes.
O confronto com o campo detonou a queda de popularidade de Cristina Kirchner, além de provocar a maior crise política de seu governo, com o rompimento com o vice-presidente Julio Cobos, que determinou, com o voto de minerva no Senado, a derrubada do aumento de impostos sobre exportações de grãos.

Atriz
Pelo lado governista, além das chamadas "candidaturas testemunhais", de postulantes que de antemão explicitam que não assumirão os cargos, a novidade é a incorporação da atriz Nacha Guevara, 68, à lista de candidatos a deputado federal pela Província de Buenos Aires. Guevara interpretou a primeira-dama Evita Perón (1919-1952) em um musical de sucesso e é amiga do governador Daniel Scioli.
Guevara será a terceira na lista governista, seguida pelo chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Sérgio Massa. A atriz disse que assumirá o cargo se vencer -o que Scioli e Massa, entre outros, não devem fazer, abrindo vaga aos nomes de baixo na lista. Kirchner ainda faz mistério, mas afirmou em entrevista recente que "nunca deixou de assumir nenhuma responsabilidade".

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