São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Netanyahu vai hoje ao Egito para pedir frente regional contra o Irã

DA REDAÇÃO

Em sua primeira visita a um país árabe desde que voltou ao cargo de premiê israelense, Binyamin Netanyahu chega hoje ao balneário egípcio de Sharm el Sheikh para apresentar ao ditador Hosni Mubarak uma proposta de aliança regional contra o Irã.
Israel encara o programa nuclear iraniano como uma ameaça à sua existência e aposta que seus aliados árabes Egito e Jordânia, rivais regionais de Teerã, têm o mesmo interesse em conter o Irã. Os iranianos dizem que suas usinas atômicas servem para produzir energia elétrica, não bombas.
Netanyahu, que irá à Jordânia no final deste ano, também usará como argumento o apoio de Teerã a grupos radicais como o palestino Hamas e o libanês Hizbollah.
Mas o Cairo deixou claro que, embora também considere o Irã uma ameaça regional, vê a questão palestina como prioridade do encontro com o premiê israelense.
O Egito pressionará Netanyahu a aceitar a criação de um Estado palestino, norte das negociações de paz desde os Acordos de Oslo (1993).
O direitista Netanyahu, que reassumiu o governo em março, dez anos após ter deixado o cargo, prefere criar "zonas econômicas" palestinas sem ligações umas com as outras.
O governo egípcio está igualmente irritado com a nomeação por Netanyahu do ultranacionalista Avigdor Liberman para o cargo de chanceler.
No ano passado, Liberman mandou Mubarak "ao inferno" caso o ditador não visitasse Israel. Para evitar atritos, o chanceler não irá a Sharm el Sheikh.
As posições do novo governo israelense não estão em rota de colisão apenas com os aliados árabes. O governo de Barack Obama, que receberá Netanyahu pela primeira vez no próximo fim de semana, também pressiona pela criação de um Estado palestino.
Poucas vezes houve divergências tão claras entre Israel e Estados Unidos, tradicionalmente o maior aliado e maior fornecedor de armas a Israel.
Segundo disse o rei da Jordânia, Abdullah 2º, em entrevista ao jornal "Times" publicada hoje, os EUA cogitam apresentar uma proposta de paz para pavimentar a normalização das relações entre Israel e todos os 57 países muçulmanos.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Ex-ministro das Finanças ganha superpoderes no gabinete Zuma
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.