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IRAQUE OCUPADO
Presidente dos EUA diz que diferenças estão sendo superadas e afirma não esperar reforços da Otan no pós-guerra
Bush tenta pôr fim a disputa com França
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, buscou ontem, último
dia da cúpula do G8 (grupo que
reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia),
pôr fim às diferenças existentes
entre o governo americano e o
francês e disse não esperar que a
Otan envie soldados ao Iraque.
Bush disse que os líderes políticos britânicos, japoneses, franceses, italianos, alemães, canadenses e russos concordaram em ajudar o Iraque. Mas nenhum deles
prometeu enviar soldados ao Iraque nem concordou em aumentar sua ajuda financeira ao país.
Ademais, Bush disse que os problemas entre os EUA e a França
estão sendo superados, pois os
países "compartilham valores".
Os líderes dos países do G8 prometeram promover a democracia
no Oriente Médio e em regiões
adjacentes. Mas a rara mostra de
unidade escondeu desacordos sobre o plano de democratização do
Oriente Médio e sobre a ajuda que
os países do G8 darão ao Iraque.
Inicialmente apresentado pelos
EUA, o texto sobre o Oriente Médio assinado pelos países do G8
foi modificado para atender a exigências feitas por europeus e árabes. A versão final pede reformas
político-econômicas e o fim do
conflito israelo-palestino.
Porém, segundo um comunicado oficial divulgado anteontem,
"conflitos regionais não podem
ser um obstáculo para as reformas". "Na verdade, as reformas
podem representar uma importante contribuição para sua resolução", disse o texto.
Bush disse que "a proliferação
da democracia no Oriente Médio
e em regiões adjacentes é um imperativo de nossa era". Ele afirmou também que não se sentiu
preocupado com o fato de os líderes da Arábia Saudita, do Egito e
do Kuait terem recusado o convite para participar do encontro.
"Entendo que, quando a iniciativa foi lançada, houve preocupação com a possibilidade de a
América tentar fazer com que o
mundo fique parecido com ela.
Mas isso não acontecerá", disse.
O principal desacordo entre os
países do G8 girou em torno da
possibilidade de a Otan ter um papel importante nos esforços de reconstrução do Iraque. Fortalecidos pela aprovação de uma nova
resolução da ONU sobre o Iraque,
o presidente dos EUA, George W.
Bush, e o premiê britânico, Tony
Blair, disseram, anteontem, crer
que a aliança militar ocidental pudesse ter um papel no Iraque.
Mas Jacques Chirac, presidente
da França -que, ao lado da Alemanha e da Rússia, se opôs à invasão do Iraque no ano passado-,
afirmou não acreditar que uma
intervenção no Iraque fosse uma
"missão" para a Otan.
Bush voltou atrás ontem e disse
não esperar que a Otan envie mais
tropas ao Iraque. A aliança já participa da logística de algumas operações no país. "Não espero que
mais soldados da Otan sejam oferecidos. Trata-se de uma esperança que não é realista. Ninguém sugeriu que isso ocorra. Só sugerimos que a Otan talvez possa ajudar no treinamento de forças iraquianas. Mas isso só ocorrerá a
pedido do novo governo iraquiano", disse o presidente dos EUA.
Washington tem hoje 138 mil
soldados no território iraquiano
e, ao lado de Londres, busca um
maior envolvimento da aliança
militar ocidental nos esforços para estabilizar a situação no Iraque.
Também não houve consenso
sobre o perdão da dívida externa
iraquiana. Os EUA pretendiam
obter o perdão de parte da dívida,
estimada em US$ 120 bilhões.
Mas a França e a Rússia não se
mostraram dispostas a fazê-lo.
Manutenção da paz
Os países do G8 concordaram
em treinar e, se necessário, equipar uma força de paz para atuar
em crises na África e em outras regiões. Segundo informação oficial, 75 mil homens deverão ser
treinados nos próximos cinco
anos. O plano visa dar uma melhor organização às missões de
paz na África. Os EUA darão US$
660 milhões para financiar o plano até 2010.
Os dirigentes dos países-membros do G8 exortaram os sudaneses a buscar pacificar a região de
Darfur. E a União Européia prometeu doar 12 milhões para
apressar a formação de uma força
de paz para atuar no Sudão, onde
os conflitos já deixaram mais de 1
milhão de desabrigados.
Além disso, líderes políticos
africanos participaram ontem do
encontro e ouviram a promessa
de que o G8 ajudará os países africanos a combater a Aids e a lidar
com os conflitos existentes no
continente e com questões relacionadas ao desenvolvimento.
O G8 prometeu acelerar os estudos que visam a criação de uma
vacina contra a Aids, e Bush prometeu US$ 15 milhões para lançar
o projeto. Já Chirac disse estar
preocupado com a pobreza nos
países em desenvolvimento.
Com agências internacionais
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