São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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Bush nega ter aceitado tortura de prisioneiros

DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush disse ontem ter determinado que os interrogatórios de prisioneiros iraquianos fossem feitos "dentro dos limites permitidos pela lei americana", procurando negar que tenha autorizado o uso da tortura, revelado a partir de abril.
Paralelamente, o comandante militar americano no Iraque, general Ricardo Sanchez, pediu para deixar a supervisão da investigação sobre as torturas na prisão iraquiana de Abu Ghraib. Com isso, Sanchez poderá agora tanto ser responsabilizado pelas violações quanto testemunhar sobre episódios de que não participou.
Além disso, o Comando Central pediu a substituição do chefe da investigação, George Fay. O pedido ocorreu porque Fay, general de duas estrelas, é impedido pelo protocolo de interrogar oficiais mais graduados, como Sanchez.
Segundo funcionários do Pentágono, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, estuda permitir que oficiais sejam responsabilizados pelas torturas.
Os EUA já reduziram pela metade a lotação em Abu Ghraib. A Cruz Vermelha contou 3.291 detentos na prisão em sua última visita, contra 6.527 em 18 de março.

Human Rights Watch
Em Nova York, a Human Rights Watch, entidade de defesa dos direitos humanos, divulgou relatório no qual responsabiliza o governo Bush pelas torturas na prisão iraquiana.
O relatório de 38 páginas diz que o governo desobedeceu às Convenções de Genebra sobre prisioneiros de guerra. Segundo a entidade, o governo "deliberadamente permitiu o uso de técnicas ilegais de interrogatório" e em seguida tentou escondê-las ou ignorou denúncias.
A Human Rights Watch contesta o argumento de Rumsfeld, para quem as Convenções de Genebra não se aplicam a "terroristas da Al Qaeda". Segundo Reed Brody, advogado da entidade, eles têm também direito a "certa proteção".

Seqüestros
Também ontem, a agência de notícias Associated Press obteve um vídeo no qual aparecem quatro de um grupo de sete turcos seqüestrados no Iraque, cujos captores exortam Ancara a encerrar suas atividades na reconstrução iraquiana e a "parar de servir" a ocupação americana.
Outro vídeo, exibido pela TV Al Arabyia (de Dubai), mostra os captores de um egípcio e de outro turco ameaçando matá-los amanhã caso seus países não abandonem a reconstrução.


Com agências internacionais


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