|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bush nega ter aceitado tortura de prisioneiros
DA REDAÇÃO
O presidente George W. Bush
disse ontem ter determinado que
os interrogatórios de prisioneiros
iraquianos fossem feitos "dentro
dos limites permitidos pela lei
americana", procurando negar
que tenha autorizado o uso da
tortura, revelado a partir de abril.
Paralelamente, o comandante
militar americano no Iraque, general Ricardo Sanchez, pediu para deixar a supervisão da investigação sobre as torturas na prisão
iraquiana de Abu Ghraib. Com isso, Sanchez poderá agora tanto
ser responsabilizado pelas violações quanto testemunhar sobre
episódios de que não participou.
Além disso, o Comando Central
pediu a substituição do chefe da
investigação, George Fay. O pedido ocorreu porque Fay, general
de duas estrelas, é impedido pelo
protocolo de interrogar oficiais
mais graduados, como Sanchez.
Segundo funcionários do Pentágono, o secretário da Defesa,
Donald Rumsfeld, estuda permitir que oficiais sejam responsabilizados pelas torturas.
Os EUA já reduziram pela metade a lotação em Abu Ghraib. A
Cruz Vermelha contou 3.291 detentos na prisão em sua última visita, contra 6.527 em 18 de março.
Human Rights Watch
Em Nova York, a Human Rights
Watch, entidade de defesa dos direitos humanos, divulgou relatório no qual responsabiliza o governo Bush pelas torturas na prisão iraquiana.
O relatório de 38 páginas diz
que o governo desobedeceu às
Convenções de Genebra sobre
prisioneiros de guerra. Segundo a
entidade, o governo "deliberadamente permitiu o uso de técnicas
ilegais de interrogatório" e em seguida tentou escondê-las ou ignorou denúncias.
A Human Rights Watch contesta o argumento de Rumsfeld, para
quem as Convenções de Genebra
não se aplicam a "terroristas da Al
Qaeda". Segundo Reed Brody, advogado da entidade, eles têm também direito a "certa proteção".
Seqüestros
Também ontem, a agência de
notícias Associated Press obteve
um vídeo no qual aparecem quatro de um grupo de sete turcos seqüestrados no Iraque, cujos captores exortam Ancara a encerrar
suas atividades na reconstrução
iraquiana e a "parar de servir" a
ocupação americana.
Outro vídeo, exibido pela TV Al
Arabyia (de Dubai), mostra os
captores de um egípcio e de outro
turco ameaçando matá-los amanhã caso seus países não abandonem a reconstrução.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Arma de Saddam vira propriedade dos EUA Índice
|