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GUERRA SEM LIMITES
Detentos são encontrados mortos em Guantánamo
DA REDAÇÃO
Dois sauditas e um iemenita, cujos nomes não foram
revelados e que eram mantidos como prisioneiros na base militar dos EUA em Guantánamo, em Cuba, foram encontrados mortos ontem. Segundo o Pentágono, eles se enforcaram. Trata-se das
primeiras mortes ocorridas
no local desde que a base passou a abrigar prisioneiros.
O Exército norte-americano suspeita que os três detentos tenham cometido suicídio. Um comunicado oficial informou que eles foram
encontrados desacordados e
sem respirar pelos guardas
de suas celas. Os militares
afirmaram que as tentativas
de ressucitar os três prisioneiros fracassaram e que eles
foram pronunciados mortos
por um médico da base.
Guantánamo abriga cerca
de 460 detentos estrangeiros
suspeitos de terem ligação
com o Talibã ou com a Al-Qaeda, e apenas dez deles foram formalmente acusados
de ter cometido crimes e enfrentam tribunais militares
estabelecidos pelo presidente George W. Bush. A Suprema Corte deve decidir ainda
neste mês se Bush continuará ordenando os tribunais.
O modelo de detenção indefinida de Guantánamo, pelo qual os internos não contam com direitos de prisioneiros de guerra nem são tratados como suspeitos criminais pela Justiça norte-americana, já fez com que dezenas de internos fizeram greves de fome. Oficiais afirmam que já houve 41
tentativas de suicídio de 25
detentos, embora nenhuma
delas tivesse se consumado.
Para advogados de defesa, o
número é ainda maior.
Os militares norte-americanos afirmaram que os corpos estão sendo tratados
com o mais absoluto respeito
e que uma investigação já foi
iniciada. Segundo advogados
que tentaram visitar seus
clientes ontem, a base foi fechada e a entrada de visitantes, proibida.
Os EUA têm enfrentado
várias críticas de grupos defensores dos direitos humanos e de alguns aliados por
manterem prisioneiros indefinidamente em Guantánamo. Muitos dos internos reclaram terem sido levados do
Afeganistão ou de outros lugarem sem que tivessem ligação com a Al-Qaeda ou
com o Talibã.
Com agências internacionais
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