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DIPLOMACIA
Brasileiro que assumirá cargo na ONU teme corrida a armas
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Prestes a assumir o cargo
de Alto Representante das
Nações Unidas para Desarmamento, o embaixador brasileiro Sérgio de Queiroz
Duarte, 72, criticou a possibilidade de uma corrida armamentista entre EUA e
Rússia por causa do projeto
do escudo antimísseis norte-americano.
Outro alvo de crítica foram
as compras militares do venezuelano Hugo Chávez. Sobre o Brasil, disse que é preciso modificar a legislação
nacional para reduzir a
quantidade de armas nas
ruas. Duarte conversou com
a Folha ontem no Itamaraty.
Hoje ele toma posse no cargo, passando a aconselhar diretamente o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon.
Entre as preocupações do
embaixador está o crescimento dos gastos bélicos no
planeta: "Os países não deixaram, até hoje, de basear a
sua segurança na posse de
armamentos. E é claro que
os armamentos evoluem e os
países consideram necessário renovar sua capacidade
de defesa e se colocar à altura do que possa ocorrer. E isso preocupa a ONU".
De 1997 a 2007, os gastos
militares cresceram 37% no
mundo, segundo a ONG Instituto de Pesquisas da Paz,
de Estocolmo (Suécia).
Depois de defender que
EUA e Rússia negociassem
diplomaticamente a questão
do escudo antimísseis norte-americano, o embaixador
brasileiro afirmou que não
interessa a ninguém uma
nova corrida armamentista.
"Estamos falando de armas nucleares, então não são
apenas dois países envolvidos, mas os países limítrofes,
a Europa Ocidental e Oriental, o Oriente Médio e todos
nós, toda a humanidade,
porque a ninguém interessaria um recrudescimento da
corrida armamentista."
Já a compra de armas pelo
governo venezuelano não
deve, segundo Duarte, romper "o equilíbrio estratégico"
da América do Sul, onde o
Brasil é a principal potência.
"Quaisquer atividades de renovação e de modernização
de forças armadas deve ser
feita de maneira a não romper o equilíbrio estratégico
que existe em determinada
região", assinalou.
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