São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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OUTRO LADO

Planalto diz que Zimbábue segue normas globais

DE JOHANNESBURGO

O governo brasileiro diz que o Zimbábue cumpre normas do Processo de Kimberley, sem levar em conta a presença de Robert Mugabe no poder.
"O governo do Zimbábue imprimiu melhorias e está tentando cumprir com as normas e procedimentos. [...] Não é justo excluir o Zimbábue da certificação dos diamantes nesta hora em que todos os investimentos estão sendo feitos lá para garantir a integridade do processo", afirmou o representante brasileiro, João César de Freitas Pinheiro.
Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério de Minas e Energia, Pinheiro apresenta a posição do Brasil em coordenação com o Itamaraty.
Segundo ele, o Brasil, na última reunião, também relatou preocupação quanto aos direitos humanos. "O Brasil disse ter o orgulho de fazer parte de um órgão que nasceu sob a égide dos direitos humanos e continua primando pela sua defesa."
Relatos de abusos devem ser investigados in loco, diz. "O que o Processo de Kimberley não deve fazer é pre-julgar [Mugabe]."
"O Processo Kimberley trabalha com Estados-nações naquilo que é produção e comércio de diamante bruto, combatendo o "diamante de sangue" e as ilegalidades, sem tomar partido deste ou daquele regime."

"DIAMANTES DE SANGUE"
Segundo um diplomata brasileiro ligado ao tema, há outras preocupações.
Avalia-se no Itamaraty que os direitos humanos são usados por países ricos como pretexto, em razão da exclusão de empresas americanas e europeias da exploração dos campos.
Também há uma leitura estrita da classificação dos "diamantes de sangue" só como os explorados por rebeldes, o que não se aplica ao Zimbábue. Tentar ampliar a definição poderia implodir o delicado consenso entre governos, indústria e sociedade civil. (FZ)


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