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Bogotá e Caracas juram paz duradoura
Hugo Chávez afirma a seu colega colombiano que não permitirá a presença de grupos armados em seu território
Líder venezuelano e Juan Manuel Santos "relançam" as relações bilaterais, rompidas desde o dia 22 de julho
Jose Miguel Gomez/Reuters
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Os líderes Juan Manuel Santos e Hugo Chávez se encontram em Santa Marta para reunião que pôs fim a crise bilateral
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA A SANTA MARTA (COLÔMBIA)
Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e
da Venezuela, Hugo Chávez,
"relançaram" ontem a relação bilateral, rompida por
Caracas em julho, com a criação de uma comissão para
discutir o tema mais sensível:
a suposta presença de guerrilheiros colombianos em solo
venezuelano.
O anúncio foi feito após
encontro entre os dois líderes
em Santa Marta, no Caribe
colombiano. Chávez repetiu
ao menos três vezes que não
colabora ou apoia as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e que se
compromete "a não permitir
a presença de grupos armados em seu território".
A nova comissão, formada
pelos chanceleres e que buscará um mecanismo de cooperação para "prevenir a presença de grupos armados à
margem da lei", será acompanhada pela secretaria-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
O encontro entre Chávez e
Santos aconteceu na Quinta
de San Pedro Alenjadrino,
onde morreu o prócer da independência dos países, Simón Bolívar (1783-1830).
Os dois citaram frase do
"libertador" para selar a paz.
Santos elogiou a reunião
com Chávez, e disse ter deixado no passado "as diferenças fortes" que mantiveram
enquanto ele era ministro da
Defesa de Uribe -e um dos
maiores críticos de Caracas.
Propôs "virar a página".
CHÁVEZ PAZ E AMOR
Já Chávez, que felicitou o
colombiano pelo aniversário
de 59 anos ontem, empreendeu um discurso comedido.
"Presidente, eu peço que o
senhor acredite em mim",
disse o venezuelano, e pediu
que as "fofocas, os informes
e coordenadas" fossem conversadas diretamente.
Ele fazia referência à denúncia do então presidente
Álvaro Uribe na OEA (Organização dos Estados Americanos) de que seu país abrigava guerrilheiros das Farc.
Em 22 de julho, a delegação colombiana apresentou
coordenadas da suposta presença de acampamentos da
guerrilha no vizinho, provocando a ruptura das relações
por Caracas.
Ontem, Chávez afirmou ter
ordenado patrulhamento para checar as denúncias. A revista não encontrou acampamentos, disse.
Ele evitou até criticar o
acordo militar entre Colômbia e EUA, assinado no ano
passado, pelo qual os militares americanos poderão usar
até sete base colombianas.
Se até poucos dias atrás o
acordo com Washington era
um dos pontos aventados
por Chávez para sustentar
que a Colômbia -ainda de
Uribe- preparava um ataque contra seu país com
apoio dos EUA, ontem ele
afirmou que a declaração de
princípios bilateral fechada
era uma garantia suficiente.
O texto prevê que a relação
bilateral seguirá "estritamente o direito internacional", aplicará os princípios
de não ingerência e respeitará a soberania e integridade
territorial dos Estados.
No encontro foram criadas
ainda outras comissões bilaterais: comércio, discussão
de um acordo de complementação econômica, investimento social na fronteira, e
infraestrutura comum.
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