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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

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Novo premiê promete unificar forças policiais

DA REDAÇÃO

Ao aceitar ontem oficialmente o cargo de premiê palestino, Ahmed Korei, 65, anunciou que formará imediatamente um pequeno gabinete de crise e que sua prioridade será unificar todas as forças de segurança palestinas, cuja divisão foi um dos motivos da queda de seu antecessor.
"Garantir a segurança estará em primeiro lugar em minhas prioridades. Haverá uma unidade de ação total entre os serviços de segurança, sob o comando de um Conselho Nacional Supremo de Segurança", disse. O Parlamento palestino, presidido desde 1996 pelo próprio Korei, se reunirá hoje para ratificar o novo governo.
Apesar de suas declarações, ele herda o mesmo impasse que derrubou o ex-premiê Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen): pressionado por Israel e pelos grupos terroristas palestinos e sob a sombra do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, comandará um governo ameaçado pela violência sem ter poderes suficientes para combatê-la.
Possui, no entanto, algumas vantagens. O moderado Korei teve papel fundamental nas negociações secretas que levaram à assinatura dos acordos de paz de Oslo, em 1993, tendo bom trânsito em Israel e no exterior.
Também é bem próximo a Arafat, que o indicou para o cargo no domingo e de quem dependerá para unificar as forças de segurança, majoritariamente sob o comando do presidente da ANP.
Ainda não se sabe que atitude o novo premiê terá em relação aos grupos terroristas. Inicialmente, ele deu indícios de que, assim como Mazen, não pretende utilizar a força contra eles. Os palestinos dizem que uma ação repressiva contra os extremistas desencadearia uma guerra civil. Mas, sem uma interrupção nos atentados, seu governo não terá futuro.
Korei qualificou os atentados de anteontem como um "prejuízo" para a causa palestina. Ontem, condenou a tentativa de Israel de matar um dos principais líderes do Hamas em Gaza. "O que aconteceu com os israelenses foi inaceitável. O que aconteceu com os palestinos também. Tudo isso é muito perigoso", disse.
Korei demorou a aceitar o cargo publicamente porque queria garantias de que Israel mudaria sua política de ocupação, de isolamento de Arafat e de perseguição aos líderes terroristas. Queria também apoio dos EUA.
Mas EUA e Israel recusaram-se a dar qualquer garantia. "Nossa atitude não será de acordo com o que ele disser, mas de acordo com a forma como ele implantará o plano de paz", disse um porta-voz do governo, Zalman Shoval. Os EUA reagiram na mesma linha.


Com agências internacionais

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