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11/9 - CINCO ANOS DEPOIS
Cheney e Rice exaltam ação pós-11/9
Para chanceler, EUA estão mais seguros, mas "não totalmente'; vice diz que fez "um trabalho e tanto'
Secretária de Estado volta a citar vínculo entre Saddam e Al Qaeda; Bush visita local onde ficava o WTC, mas só deve discursar nesta noite
DA REDAÇÃO
Sob uma tempestade de críticas a sua política de segurança,
a Casa Branca escalou dois pesos-pesados -a secretária de
Estado, Condoleezza Rice, e o
vice-presidente, Dick Cheney-
para fazer a ronda dos programas de TV dominicais americanos defendendo as ações do governo na véspera do quinto aniversário do 11 de Setembro.
Rice foi à rede conservadora
Fox News dizer que os EUA estão mais seguros hoje do que
antes dos ataques -mas nem
por isso devem abandonar sua
luta contra o terror no mundo.
"É claro que estamos seguros
-mais seguros. Mas ainda não
totalmente seguros", disse ela,
que era assessora nacional de
segurança do presidente George W. Bush na época do ataque.
"Estamos mais seguros, nossos portos estão mais seguros,
nossos aeroportos estão mais
seguros. Temos uma operação
muito mais forte de inteligência, não só dentro do país".
Já Cheney afirmou que governo fez "um trabalho e tanto"
em proteger o país. "Não sei como você pode explicar cinco
anos sem ataques, cinco anos
de interrupção bem-sucedida
de ataques, cinco anos derrotando os esforços da Al Qaeda
para voltar e matar mais americanos. Você tem de dar algum
crédito à idéia de que talvez alguém tenha feito algo certo",
disse Cheney à NBC. "Fizemos
um trabalho e tanto em termos
de segurança doméstica."
Mas muitos parecem discordar do vice-presidente, como
mostra pesquisa divulgada ontem pela ABC News. Segundo o
levantamento, apenas 38% dos
entrevistados disseram achar
que o governo está fazendo todo o possível para impedir que
outro atentado ocorra, contra
60% que acham que não.
Ainda assim, 55% crêem que
o país esteja mais seguro hoje
do que antes do 11 de Setembro.
Outros 37% discordam.
Bush deu início ontem às cerimônias do 11 de Setembro,
com uma visita de cerca de dez
minutos ao Ground Zero, onde
ficava o World Trade Center, ao
lado da primeira-dama, Laura,
do governador de Nova York,
George Pataki, e do prefeito
Michael Bloomberg.
O presidente depositou uma
coroa de flores em espelhos d'água que marcam os locais das
torres norte e sul, ajoelhou-se e
rezou. Hoje, ele visita o Pentágono, também atingido nos ataques, e o campo em Shanksville
(Pensilvânia), onde caiu o quarto avião seqüestrado. Seu único
pronunciamento será nesta
noite, em rede nacional de TV.
Nas imediações do WTC, um
protesto durante a visita do
presidente reuniu cerca de 30
pessoas com faixas como "Bush
causou o 11 de Setembro".
Iraque
Nas entrevistas de ontem, Rice sustentou ainda a existência
de um laço entre o ex-ditador
Saddam Hussein e a Al Qaeda
-um dos argumentos usados
pelo governo Bush para justificar a invasão do Iraque em
2003. Relatório divulgado na
última sexta pela Comissão de
Inteligência do Senado diz que
nunca houve evidências do elo.
"Se você acha que o 11 de Setembro era só sobre a Al Qaeda
e os seqüestradores, então não
há conexão com o Iraque. Mas
se você crê, como o presidente e
eu cremos, que o problema é essa ideologia de ódio que se
enraizou, essa ideologia extremista que se fixou no Oriente
Médio, você tem de ir à fonte e
fazer alguma coisa sobre a política daquela região", disse
"É inimaginável que fosse
possível fazer algo no Oriente
Médio com Saddam Hussein
sentado aí no meio, ameaçando
seus vizinhos, ameaçando nossos aliados", acrescentou.
Em carta a Bush, o presidente francês, Jacques Chirac, expressou "a amizade e a solidariedade do povo francês".
Colaborou VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO ,
de Nova York
Com agências internacionais
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