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Polícia passa caso Madeleine à Justiça
Procurador português deve agora decidir se denuncia ou não pais de menina inglesa desaparecida em maio
Mandado permite prisão dos McCann na Inglaterra; para jornal britânico, polícia ameaça casal, que "fugiu", na opinião dos portugueses
DA REDAÇÃO
Os próximos passos na investigação do desaparecimento da
menina inglesa Madeleine
McCann, 4, serão decididos pelo procurador do distrito português de Portimão, José Cunha de Magalhães e Meneses. A polícia portuguesa, que tenta
descobrir o que houve com a
menina que está desaparecida
desde o último dia 3 de maio,
entregaria hoje os papéis do inquérito ao procurador.
O caso voltou a ser manchete
e até criou uma disputa entre
setores da imprensa portuguesa e britânica após a polícia de
Portugal haver indiciado Gerry
e Kate McCann, os pais de Madeleine. Os McCann haviam
contado à polícia que, naquele
dia 3, durante férias que passavam em um resort na Praia da
Luz, região portuguesa do Algarve, saíram para jantar, deixando Madeleine e seus dois irmãos, de dois anos de idade, dormindo. Quando voltaram, a
menina não estava no quarto.
Há poucos dias, após uma nova busca, a polícia afirmou ter
encontrado vestígios de sangue
da menina em um dos veículos,
alugado 25 dias depois de Madeleine desaparecer. Mas o fato
gerou polêmica: a rede britânica BBC, citando um cientista
forense, diz que o DNA da menina pode ter sido transferido
para o carro por terceiros. Já a
também britânica Sky afirmou
ontem que, segundo a polícia, o
sangue, cujo exame revelou
"uma compatibilidade de 99%
com o DNA" da criança, é prova
suficiente de que seu corpo esteve no porta-malas do carro.
Pressões
Na última sexta, Kate e Gerry
foram interrogados separadamente e indiciados pelo desaparecimento da menina. Segundo contou Kate ao tablóide
inglês "Sunday Mirror", os policiais portugueses a pressionaram a confessar haver matado
acidentalmente a filha em troca
de uma pena mais branda.
Nos próximos dias o procurador de Portimão terá de decidir se denuncia o casal à Justiça
ou se dá à polícia mais tempo
para continuar investigando.
Como deram conta alguns
rumores ontem, é possível que
seja emitida uma ordem de prisão preventiva contra o casal.
Nesse caso, Portugal pode lançar mão de um mandado com
vigência em toda a União Européia, criado em 2004 para facilitar o julgamento de pessoas
acusadas de crimes graves em
diferentes países do bloco. Tal
medida tornaria difícil para
Londres barrar um eventual
pedido de extradição.
Para defendê-los, os McCann
contrataram uma equipe de peso, que inclui Michael Caplan,
advogado do ditador chileno
Augusto Pinochet quando a Espanha pediu sua extradição ao
Reino Unido, em 1999.
Ontem, a imprensa britânica
destacou a volta dos McCann
sem a filha, na véspera, para
Leicestershire, onde vivem. O
"Sun" chegou a qualificar as
ações da "insistentemente furiosa" polícia portuguesa de
"ameaça" ao casal.
Já o português "Diário de
Notícias", o primeiro a divulgar
a possibilidade de indiciamento dos pais, informou que a polícia considerou seu retorno,
embora não houvesse barreira
legal, "uma espécie de fuga".
Com agências internacionais
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