São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010

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Museu do 11/9 será prédio subterrâneo

Arquiteto diz à Folha que edifício ficará 21 metros abaixo do solo, onde estão os restos da estrutura das torres

Steven Davis, 57, diz que deseja contar a história do atentado no local exato em que ele aconteceu há nove anos


GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Responsável pelo projeto do museu do 11 de Setembro, o arquiteto nova-iorquino Steven Davis, 57, desenhou um edifício embaixo da terra.
Com inauguração prevista para 11 de setembro de 2012, o futuro museu ficará num subsolo de 21 metros de profundidade, junto com o que restou das antigas torres.
"Queremos contar a história no local exato onde tudo aconteceu", disse o arquiteto à Folha em entrevista feita por telefone.
Além de projetar o museu, seu escritório, Davis Brody Bond, é o encarregado da obra do memorial às vítimas (desenhado por Michael Arad e Peter Walker) -duas piscinas de água corrente ocupando a área original das torres, cercadas por uma área verde.
No memorial, em torno das piscinas, estarão os nomes das 2.980 vítimas, gravados em placas de bronze. No museu, serão expostos destroços, pertences pessoais das vítimas, objetos utilizados pelo Corpo de Bombeiros e partes da escada que serviu como rota de escape para centenas de pessoas.
A estrutura do prédio também incluiu um "muro original" de pedra que impediu que a água do rio Hudson invadisse o Financial District e aumentasse a destruição.
"Daqui a cem anos não haverá ninguém que testemunhou o 11 de Setembro. Vai caber ao museu o papel de contar a história", explicou. O custo da construção é de cerca de US$ 45 milhões (R$ 76,5 milhões).
Segundo o arquiteto, o museu pretende manter a escala gigante dos prédios a fim de dar uma dimensão da escala "igualmente gigante" do que foi o desastre.

TAMANHO DA TELA
O visitante que chegar ao museu entra por um prédio de vidro e começa a descer escadas e rampas rumo às "profundezas".
Quem olhar para cima verá o fundo das piscinas do memorial flutuando, revestidas por um alumínio similar ao que era usado nas torres.
"Para a maior parte das pessoas ao redor do mundo, as torres têm o tamanho da tela da televisão ou da tela do computador em que elas viram os atentados. Quase ninguém tem ideia do tamanho real da área atingida."
No momento em que o primeiro avião atingiu as torres, Davis trabalhava num projeto para o Unibanco - com sede em Nova York, a Davis Brody Bond tem escritórios em Washington, Seattle e São Paulo.
Por conta das visitas ao Brasil, o arquiteto chega a arranhar o português.
"Tínhamos uma apresentação a fazer para os brasileiros dali a dois dias. Eu havia trabalhado até tarde da noite", diz o arquiteto.
"Da janela do meu apartamento em Tribeca, vi o momento exato em que o avião se chocou com o prédio. As xícaras de café começaram a tremer. Foi o maior estrondo que ouvi na minha vida."
Para as comemorações do 9º aniversário do 11 de Setembro, as primeiras 16 das cerca de 400 árvores que circundarão o memorial foram plantadas.

Veja maquete virtual do museu do Marco Zero

folha.com.br/mm796875


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