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Museu do 11/9 será prédio subterrâneo
Arquiteto diz à Folha que edifício ficará 21 metros abaixo do solo, onde estão os restos da estrutura das torres
Steven Davis, 57, diz que deseja contar a história do atentado no local exato em que ele aconteceu há nove anos
GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO
Responsável pelo projeto
do museu do 11 de Setembro,
o arquiteto nova-iorquino
Steven Davis, 57, desenhou
um edifício embaixo da terra.
Com inauguração prevista
para 11 de setembro de 2012,
o futuro museu ficará num
subsolo de 21 metros de profundidade, junto com o que
restou das antigas torres.
"Queremos contar a história no local exato onde tudo
aconteceu", disse o arquiteto
à Folha em entrevista feita
por telefone.
Além de projetar o museu,
seu escritório, Davis Brody
Bond, é o encarregado da
obra do memorial às vítimas
(desenhado por Michael
Arad e Peter Walker) -duas
piscinas de água corrente
ocupando a área original das
torres, cercadas por uma
área verde.
No memorial, em torno
das piscinas, estarão os nomes das 2.980 vítimas, gravados em placas de bronze. No
museu, serão expostos destroços, pertences pessoais
das vítimas, objetos utilizados pelo Corpo de Bombeiros
e partes da escada que serviu
como rota de escape para
centenas de pessoas.
A estrutura do prédio também incluiu um "muro original" de pedra que impediu
que a água do rio Hudson invadisse o Financial District e
aumentasse a destruição.
"Daqui a cem anos não haverá ninguém que testemunhou o 11 de Setembro. Vai
caber ao museu o papel de
contar a história", explicou.
O custo da construção é de
cerca de US$ 45 milhões (R$
76,5 milhões).
Segundo o arquiteto, o
museu pretende manter a escala gigante dos prédios a
fim de dar uma dimensão da
escala "igualmente gigante"
do que foi o desastre.
TAMANHO DA TELA
O visitante que chegar ao
museu entra por um prédio
de vidro e começa a descer
escadas e rampas rumo às
"profundezas".
Quem olhar para cima verá o fundo das piscinas do
memorial flutuando, revestidas por um alumínio similar
ao que era usado nas torres.
"Para a maior parte das
pessoas ao redor do mundo,
as torres têm o tamanho da
tela da televisão ou da tela do
computador em que elas viram os atentados. Quase ninguém tem ideia do tamanho
real da área atingida."
No momento em que o primeiro avião atingiu as torres,
Davis trabalhava num projeto para o Unibanco - com sede em Nova York, a Davis
Brody Bond tem escritórios
em Washington, Seattle e
São Paulo.
Por conta das visitas ao
Brasil, o arquiteto chega a arranhar o português.
"Tínhamos uma apresentação a fazer para os brasileiros dali a dois dias. Eu havia
trabalhado até tarde da noite", diz o arquiteto.
"Da janela do meu apartamento em Tribeca, vi o momento exato em que o avião
se chocou com o prédio. As
xícaras de café começaram a
tremer. Foi o maior estrondo
que ouvi na minha vida."
Para as comemorações do
9º aniversário do 11 de Setembro, as primeiras 16 das
cerca de 400 árvores que circundarão o memorial foram
plantadas.
Veja maquete virtual do
museu do Marco Zero
folha.com.br/mm796875
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