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Chineses viram reféns no Paquistão
DA REDAÇÃO
Dois engenheiros chineses foram seqüestrados anteontem no
Paquistão por supostos membros
da rede terrorista Al Qaeda, que
ameaçam assassiná-los caso Islamabad não liberte prisioneiros.
Os engenheiros foram apanhados numa emboscada junto com
um segurança e um motorista enquanto viajavam para o local de
construção de uma represa no
Waziristão do Sul, uma remota
região tribal onde é intensa a presença de militantes da Al Qaeda.
No começo da manhã de ontem, a polícia paquistanesa e um
funcionário da embaixada chinesa anunciaram que os engenheiros haviam sido entregues pelos
seqüestradores a chefes tribais,
que os libertariam em breve.
Um alto funcionário dos serviços secretos paquistaneses, contudo, disse que os dois chineses
estavam em mãos de membros da
Al Qaeda que exigem a libertação
de militantes da rede presos no
Waziristão do Sul, do Norte e em
outras regiões do Paquistão. "Eles
estão chantageando o governo
para ter sua gente libertada, incluindo alguns estrangeiros", disse o funcionário que pediu para
não ser identificado.
O ministro da Informação, Rashid Ahmed, disse que os seqüestradores exigem a libertação de
dois de seus camaradas. Ele afirmou que o governo está tentando
levantar mais informações sobre
a identidade dos prisioneiros.
Já o ministro do Interior, Aftab
Khan Sherpao, disse que os chineses estavam sob proteção de uma
tribo local. Afirmou que um conselho tribal negociava com os seqüestradores condições para a
sua libertação. "A "jirga" (conselho) que enviamos está mantendo
conversações com eles. Quaisquer que sejam suas exigências,
elas ficarão claras mais adiante e
nós vamos conduzir esse processo pacificamente. Eu estou satisfeito que eles estejam em segurança", acrescentou.
O ministro também afirmou
que dois dos seqüestradores eram
de tribos locais e dois, estrangeiros. Ele não especificou o país do
qual eles viriam.
O Paquistão lançou neste ano
uma série de operações militares
para para localizar militantes da
Al Qaeda no Waziristão. Foram
capturados ou mortos vários suspeitos, incluindo centro-asiáticos,
árabes e afegãos.
Os dois engenheiros fazem parte da equipe de 70 a 80 chineses
que trabalham para uma empresa
estatal chinesa na construção da
represa Gomal Zam, projeto de
US$ 200 milhões para gerar eletricidade e armazenar água.
Pequim, tradicional aliado do
Paquistão, pediu ontem que Islamabad reforce a segurança dos
chineses que trabalham em vários
projetos no país.
Com agências internacionais
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