São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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Chineses viram reféns no Paquistão

DA REDAÇÃO

Dois engenheiros chineses foram seqüestrados anteontem no Paquistão por supostos membros da rede terrorista Al Qaeda, que ameaçam assassiná-los caso Islamabad não liberte prisioneiros.
Os engenheiros foram apanhados numa emboscada junto com um segurança e um motorista enquanto viajavam para o local de construção de uma represa no Waziristão do Sul, uma remota região tribal onde é intensa a presença de militantes da Al Qaeda.
No começo da manhã de ontem, a polícia paquistanesa e um funcionário da embaixada chinesa anunciaram que os engenheiros haviam sido entregues pelos seqüestradores a chefes tribais, que os libertariam em breve.
Um alto funcionário dos serviços secretos paquistaneses, contudo, disse que os dois chineses estavam em mãos de membros da Al Qaeda que exigem a libertação de militantes da rede presos no Waziristão do Sul, do Norte e em outras regiões do Paquistão. "Eles estão chantageando o governo para ter sua gente libertada, incluindo alguns estrangeiros", disse o funcionário que pediu para não ser identificado.
O ministro da Informação, Rashid Ahmed, disse que os seqüestradores exigem a libertação de dois de seus camaradas. Ele afirmou que o governo está tentando levantar mais informações sobre a identidade dos prisioneiros.
Já o ministro do Interior, Aftab Khan Sherpao, disse que os chineses estavam sob proteção de uma tribo local. Afirmou que um conselho tribal negociava com os seqüestradores condições para a sua libertação. "A "jirga" (conselho) que enviamos está mantendo conversações com eles. Quaisquer que sejam suas exigências, elas ficarão claras mais adiante e nós vamos conduzir esse processo pacificamente. Eu estou satisfeito que eles estejam em segurança", acrescentou.
O ministro também afirmou que dois dos seqüestradores eram de tribos locais e dois, estrangeiros. Ele não especificou o país do qual eles viriam.
O Paquistão lançou neste ano uma série de operações militares para para localizar militantes da Al Qaeda no Waziristão. Foram capturados ou mortos vários suspeitos, incluindo centro-asiáticos, árabes e afegãos.
Os dois engenheiros fazem parte da equipe de 70 a 80 chineses que trabalham para uma empresa estatal chinesa na construção da represa Gomal Zam, projeto de US$ 200 milhões para gerar eletricidade e armazenar água.
Pequim, tradicional aliado do Paquistão, pediu ontem que Islamabad reforce a segurança dos chineses que trabalham em vários projetos no país.


Com agências internacionais

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