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Jovem atira em colegas e se mata
Após ter sido suspenso, estudante americano de 14 anos invade escola com 2 armas e atinge 4 pessoas
Adolescente de Cleveland dizia que ia explodir colégio e esfaquear alunos; ato reacende discussão sobre venda de armas nos EUA
DA REDAÇÃO
Suspenso por mau comportamento, um estudante de 14
anos invadiu o colégio onde estudava em Cleveland, Ohio
(EUA), atirou contra quatro
pessoas e se suicidou ontem.
Segundo o "Chicago Tribune", o atirador se chamava Asa
H. Coon. Os baleados, todos homens, têm 57, 42, 17 e 14 anos.
O mais velho foi identificado
como David Kachadourian,
professor. Frank Jackson, prefeito de Cleveland, acrescentou
que uma estudante de 14 anos
machucou o joelho enquanto
os alunos fugiam da escola de
ensino médio, especializada em
matemática e tecnologia.
O jovem, todo de preto, entrou na escola de manhã e caminhou por um corredor, carregando uma arma em cada
mão, um saco de balas e duas
facas, segundo o jornal "The
Plain Dealer", de Cleveland.
Alguns professores e estudantes saíram das salas para
ver o que acontecia, enquanto
outros se escondiam em armários, banheiros e debaixo das
carteiras. Um aluno disse ter
ouvido "gritos, tiros, tudo".
"Ninguém sabe como ele
conseguiu entrar", declarou
Charles Blackwell, presidente
da organização de pais e alunos.
Tammy Mundy, 38, que tem
dois filhos na escola, disse ao
jornal "The Plain Dealer" que
sua filha ligou de um armário,
contando o que ocorria. Mundy
chamou então o filho, Darnell
Rodgers, 17, que afirmou ter sido baleado no cotovelo.
A porta-voz de um hospital
disse que o estado de Rodgers
era estável e que Kachadourian
estava em boas condições. O
homem de 42 anos foi operado.
A estudante Latisha Hill, que
só saiu do banheiro quando a
polícia a libertou, disse que os
alunos souberam do incidente
pelo sistema de alto-falante:
"Tudo o que sei é que ouvi o diretor gritar "código azul'".
"Sei que esse cara estava louco. Sabemos quando alguém está louco, por favor", disse à
CNN um estudante que fugiu
ao ouvir os tiros. "Ele estava na
minha classe, sempre usava um
sobretudo." Outros alunos o
consideravam "estranho".
O atirador foi descrito ainda
como "solitário" e "adorador do
diabo", que gostava de "brincar" de atirar nos colegas diante dos professores. À TV WKYC
um outro aluno minimizou a
atitude: "Não acho que fosse sério. Ele só queria ser popular".
Doneisha LeVert, que contou
dez tiros e se escondeu num armário com duas colegas, disse
que o atirador havia ameaçado
os colegas na sexta-feira. "Ele
ameaçava explodir a escola e
esfaquear todo mundo."
Desesperados, os pais chegavam à escola para buscar os filhos, mas vários foram obrigados a esperar até que as crianças dessem entrevistas. Outros
reclamaram de que a Success
Tech Academy se recusou a
contratar um serviço de segurança. As aulas foram suspensas, sem previsão de volta.
Discussão
O que ocorreu em Ohio reacende a questão da venda de armas nos Estados Unidos, seis
meses após Cho Seung-hui ter
invadido a Virginia Tech, matado 32 pessoas e se matado.
A lei americana -graças à Segunda Emenda à Constituição,
de 1789- permite que qualquer
pessoa com mais de 21 anos
compre uma arma, sem autorização. Para quem tem entre 18
e 20 anos, há restrições de calibre e tipo de armamento. A
venda é vedada a fugitivos da
Justiça e imigrantes ilegais.
Com agências internacionais
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