DA REDAÇÃO

Os italianos aprovaram ontem, por meio de referendo, uma nova proposta de reforma previdenciária que ameaçava a estabilidade da coalizão de centro-esquerda do premiê Romano Prodi. A nova proposta pulveriza em cinco anos o aumento da idade mínima para aposentadoria, que passará dos atuais 57 anos para 61. O governo anterior, do conservador Silvio Berlusconi, aprovara um acréscimo de três anos já para 2008.
A proposta, que tem apoio da maioria dos sindicatos, será submetida amanhã ao Parlamento. Uma vitória apertada ou um comparecimento muito baixo podem afetar a aprovação da lei, que sofre oposição dos dois partidos comunistas da base do governo.
Com maioria de apenas uma cadeira no Senado, Prodi precisa de uma ampla vitória para desencorajar dissidências. O resultado oficial do referendo ainda não foi divulgado, mas projeções indicam que o sim deve vencer com 70% a 80% -em parte devido a intensa campanha feita pelos sindicatos que organizaram o referendo, primeiro do gênero desde de 1995. O voto foi aberto a trabalhadores, aposentados e desempregados. Os termos da reforma suavizam as alterações feitas por Berlusconi, prevendo assistência aos que trabalham meio período e aposentadoria antecipada para setores muito desgastantes ou perigosos.
A Itália gasta cerca de 14% do PIB com aposentadorias, o índice mais alto da OCDE, e seus cidadãos são os que se aposentam mais cedo. Com a reforma, o país mais idoso da Europa continuará a oferecer uma aposentadoria precoce em comparação à maioria dos seus pares.