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Ação do Sendero Luminoso deixa 14 mortos, diz Peru
Caso de corrupção obriga García a trocar gabinete
DA REDAÇÃO
Pelo menos 14 pessoas morreram e dez ficaram feridas em
uma emboscada realizada por
remanescentes do grupo
maoísta Sendero Luminoso
contra um comboio militar no
começo da noite de quinta-feira na região sudeste do Peru,
disseram ontem as Forças Armadas do país. Das vítimas, 12
eram militares e dois, civis.
O ataque, o maior em dez
anos, ocorreu em uma zona de
mata e de difícil acesso no departamento de Huancavelica,
região que abriga boa parte da
produção cocaleira peruana. Os
guerrilheiros detonaram uma
bomba e, depois, abriram fogo
contra os quatro caminhões do
Exército, que transportavam
também mulheres e crianças,
ainda segundo os militares.
Em comunicado, o Comando
Conjunto das Forças Armadas
disse que os militares "reagiram imediatamente e se produziu um enfrentamento que durou várias horas" contra os "delinqüentes narcoterroristas
dos Sendero Luminoso". Segundo a Defesa, há ainda um
militar desaparecido, e três dos
feridos estão em estado grave.
O grupo chegou a ter 10 mil
integrantes e foi, nas décadas
de 1980 e 1990, um dos protagonistas de um conflito interno
que deixou estimados 70 mil
mortos e desaparecidos. Desestruturou-se com a política linha-dura do governo Alberto
Fujimori (1990-2000) e, hoje,
segundo o governo e especialistas, resume-se a centenas.
O ataque ocorre em meio à
mais grave crise política do governo García, que tem apenas
19% de aprovação. Ontem, o
presidente aceitou a renúncia
de todo o gabinete ministerial,
incluindo o premiê Jorge del
Castillo, devido a esquema de
favorecimento na concessão de
cinco campos de petróleo.
O esquema, que envolve uma
empresa norueguesa, foi revelado no domingo, com uma gravação em que Alberto Quimper, membro da Perupetro,
aparece negociando propina
com um antigo aliado de García. A oposição ameaçava votar
censura ao governo se García
não destituísse o gabinete.
Desde domingo, já haviam
caído o ministro de Minas e
Energia, Juan Valdivia, o presidente da Petroperu, César Gutiérrez, além de Quimper.
Com agências internacionais
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