São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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Ação do Sendero Luminoso deixa 14 mortos, diz Peru

Caso de corrupção obriga García a trocar gabinete

DA REDAÇÃO

Pelo menos 14 pessoas morreram e dez ficaram feridas em uma emboscada realizada por remanescentes do grupo maoísta Sendero Luminoso contra um comboio militar no começo da noite de quinta-feira na região sudeste do Peru, disseram ontem as Forças Armadas do país. Das vítimas, 12 eram militares e dois, civis.
O ataque, o maior em dez anos, ocorreu em uma zona de mata e de difícil acesso no departamento de Huancavelica, região que abriga boa parte da produção cocaleira peruana. Os guerrilheiros detonaram uma bomba e, depois, abriram fogo contra os quatro caminhões do Exército, que transportavam também mulheres e crianças, ainda segundo os militares.
Em comunicado, o Comando Conjunto das Forças Armadas disse que os militares "reagiram imediatamente e se produziu um enfrentamento que durou várias horas" contra os "delinqüentes narcoterroristas dos Sendero Luminoso". Segundo a Defesa, há ainda um militar desaparecido, e três dos feridos estão em estado grave.
O grupo chegou a ter 10 mil integrantes e foi, nas décadas de 1980 e 1990, um dos protagonistas de um conflito interno que deixou estimados 70 mil mortos e desaparecidos. Desestruturou-se com a política linha-dura do governo Alberto Fujimori (1990-2000) e, hoje, segundo o governo e especialistas, resume-se a centenas.
O ataque ocorre em meio à mais grave crise política do governo García, que tem apenas 19% de aprovação. Ontem, o presidente aceitou a renúncia de todo o gabinete ministerial, incluindo o premiê Jorge del Castillo, devido a esquema de favorecimento na concessão de cinco campos de petróleo.
O esquema, que envolve uma empresa norueguesa, foi revelado no domingo, com uma gravação em que Alberto Quimper, membro da Perupetro, aparece negociando propina com um antigo aliado de García. A oposição ameaçava votar censura ao governo se García não destituísse o gabinete.
Desde domingo, já haviam caído o ministro de Minas e Energia, Juan Valdivia, o presidente da Petroperu, César Gutiérrez, além de Quimper.

Com agências internacionais



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