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Governo de Israel aprova mudança sobre cidadania
Não judeus só se tornarão israelenses se jurarem lealdade ao Estado judaico
Para vigorar, emenda precisa ser aprovada no Parlamento; minoria árabe israelense vê medida discriminatória
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Executivo de Israel aprovou ontem uma controversa
mudança na lei para exigir
que estrangeiros não judeus
que queiram obter a cidadania israelense sejam obrigados a fazer juramento de lealdade ao país como "Estado
judaico e democrático".
Segundo o governo, 22 ministros votaram a favor e 8 rejeitaram a emenda, qualificada de racista pela minoria
árabe, que representa 20%
da população de Israel.
Para se tornar lei, a emenda precisa ser aprovada pelo
Parlamento, onde o governo
dispõe de uma confortável
maioria (74 em 120 cadeiras).
Analistas dizem que o premiê direitista Binyamin Netanyahu apoiou a mudança,
proposta por um dos partidos nacionalistas que compõem a coalizão de governo,
em troca do apoio da base para eventuais concessões territoriais aos palestinos.
Apesar de polêmica, a medida é essencialmente simbólica, já que poucos não judeus pedem a nacionalidade
israelense. Os principais visados serão estrangeiros que
quiserem obter a cidadania
do cônjuge israelense.
Os árabes israelenses, que
contestam as bases religiosas
de Israel, descendem dos 160
mil árabes que ficaram no
país após a primeira guerra
árabe-israelense, em 1948.
Durante o conflito, que se seguiu à rejeição árabe da partilha da Palestina, 700 mil foram expulsos ou fugiram.
Embora hoje desfrutem
dos mesmos direitos que os
judeus, árabes de Israel se
sentem preteridos em distribuição de verbas e políticas
sociais. Árabes também são
dispensados de serviço militar, obrigatório para judeus.
Isso contribui para a discriminação, pois servir o Exército é fator de status no país.
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