São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Governo de Israel aprova mudança sobre cidadania

Não judeus só se tornarão israelenses se jurarem lealdade ao Estado judaico

Para vigorar, emenda precisa ser aprovada no Parlamento; minoria árabe israelense vê medida discriminatória

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Executivo de Israel aprovou ontem uma controversa mudança na lei para exigir que estrangeiros não judeus que queiram obter a cidadania israelense sejam obrigados a fazer juramento de lealdade ao país como "Estado judaico e democrático".
Segundo o governo, 22 ministros votaram a favor e 8 rejeitaram a emenda, qualificada de racista pela minoria árabe, que representa 20% da população de Israel.
Para se tornar lei, a emenda precisa ser aprovada pelo Parlamento, onde o governo dispõe de uma confortável maioria (74 em 120 cadeiras).
Analistas dizem que o premiê direitista Binyamin Netanyahu apoiou a mudança, proposta por um dos partidos nacionalistas que compõem a coalizão de governo, em troca do apoio da base para eventuais concessões territoriais aos palestinos.
Apesar de polêmica, a medida é essencialmente simbólica, já que poucos não judeus pedem a nacionalidade israelense. Os principais visados serão estrangeiros que quiserem obter a cidadania do cônjuge israelense.
Os árabes israelenses, que contestam as bases religiosas de Israel, descendem dos 160 mil árabes que ficaram no país após a primeira guerra árabe-israelense, em 1948. Durante o conflito, que se seguiu à rejeição árabe da partilha da Palestina, 700 mil foram expulsos ou fugiram.
Embora hoje desfrutem dos mesmos direitos que os judeus, árabes de Israel se sentem preteridos em distribuição de verbas e políticas sociais. Árabes também são dispensados de serviço militar, obrigatório para judeus. Isso contribui para a discriminação, pois servir o Exército é fator de status no país.


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